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Cordel e seus personagens do século XXI

Élida Almeida

Com uma raiz portuguesa, o cordel tem sua origem no nordeste brasileiro. Em formas de folhetos, as histórias escritas de forma simples e rimada, contavam episódios de personagens comuns ou lendas do folclore local. O grande auge do cordel no Nordeste se deu no início da década de 30, com os vendedores de cordel nas feiras populares, fazendo a arte se tornar popular entre a população mais pobre,  foi perdendo espaço nos anos 70 e 80.

Incentivado pelo preconceito e desvalorização da cultura popular, as publicações diminuíram e cordel deixou de ser famoso para com os nordestinos. Para sobreviver, a poesia precisou buscar novos públicos e encontrou na educação uma nova morada. Hoje, o cordel ainda vive. Não com tanta evidência como antes, mas há pessoas que ajudam a manter viva essa arte e memória nordestina. 

Severino Gabriel, vendedor de cordel, feira de Guarabira

 Severino Gabriel de Oliveira, conhecido como Severino do Cordel, é vendedor de cordel há mais de 30 anos. Você pode encontrá-lo nas feiras livres no interior da Paraíba com a sua mesinha, dezenas de folhetos e outros artigos, sempre anunciando seu material em meio ao barulho da feira, carros e o som da rádio dos postes.

Seu Severino nunca escreveu um cordel, não é um pesquisador acadêmico do tema ou um especialista em linguagem, mas entende do assunto como ninguém. Conhece centenas de cordéis e seus autores de cor, e pode indicar rapidamente um cordel de acordo com o tema que você procura.

Paulo Gracino, cordelista

Paulo Gracino é um homem das artes, pintor, mas não era muito ligado ao cordel. Depois de mais de 20 anos sem nem chegar perto de um folheto, decidiu prestar vestibular para história na UEPB em 2010. E era um cordel a leitura obrigatória daquele ano, assim, depois de tantos anos, o cordel voltou para a sua vida e não tem nenhuma pretensão de sair. Desde 2010, o ano do vestibular e do redescobrimento desta arte, já foram publicados 21 cordéis de sua autoria, e o assunto serviu de tese para o mestrado em história.

O cordel ainda vive por meio dessas pessoas. Cada um a seu modo, conseguem manter um legado da cultura popular nordestina viva. Confira trechos das entrevistas abaixo.  

  

 

 

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