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Data de publicação do verbete: 16/10/2015

José Américo de Almeida

Escritor, romancista, ensaísta, poeta e cronista, político, advogado, professor universitário, folclorista e sociólogo. Um homem de ação e de grande sensibilidade.
Data de publicação: outubro 16, 2015

Naturalidade: Engenho Olho d`Água, Areia – PB

Nascimento: 10 de janeiro de 1887 / Falecimento: 10 de março de 1980.

Atividades artístico-culturais: Escritor, romancista, ensaísta, poeta e cronista, político, advogado, professor universitário, folclorista e sociólogo.

Publicações de sua autoria: Reflexões de Uma Cabra, ensaio, 1922; A Paraíba e Seus Problemas, 1923; A Bagaceira, romance, 1928; O Ministério da Viação no Governo Provisório, 1933; O Ciclo Revolucionário no Ministério da Viação, 1934; O Boqueirão, romance, 1935; Coiteiros, romance, 1935; A Palavra e o Tempo, ensaio, 1937-45-50-65; As Secas no Nordeste, 1953; Ocasos de Sangue, ensaio, 19954; Discursos do Seu Tempo, 1964-1965; O Anjo Negro, ensaios, 1967; Graça Aranha, O Doutrinador, memórias, 1968; Eu e Eles, Memórias, 1970.

Filho de Inácio Augusto de Almeida e de Josefa Leopoldina Leal de Almeida iniciou seus estudos no engenho (em que nasceu) com a professora Júlia Verônica dos Santos Leal. Aos nove anos, após a morte de seu pai foi entregue aos cuidados do tio, o padre Odilon Benvindo, que tentou iniciá-lo na carreira eclesiástica, internando-o no Seminário de João Pessoa.

Sem vocação, no entanto, deixou o Seminário e ingressou no Liceu Paraibano. Em 1903, mudou-se para o Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1908. Após a formatura, retornou à Paraíba e foi nomeado para o cargo de promotor público na comarca de Sousa.

Em 1911, foi nomeado promotor-geral do estado da Paraíba, cargo que ocupou até 1922, quando se tornou consultor-geral do estado. Destacou-se na Literatura Brasileira como autor de A bagaceira (1928), obra-prima do romance regionalista moderno, hoje com trinta e duas edições em língua portuguesa, edição crítica e versões em espanhol, francês, inglês e esperanto. Sua obra, com dezessete títulos, abriga ainda ensaios, oratória, crônica, memórias e poesia.

Nessa mesma época, foi secretário estadual das pastas do Interior e Justiça e Segurança Pública (no governo de João Pessoa). Nas eleições presidenciais realizadas em março de 1930, apoiou a candidatura oposicionista de Getúlio Vargas, que tinha João Pessoa como vice em sua chapa.

Nessa ocasião, elegeu-se deputado federal, não tendo, porém, seu mandato reconhecido pela Comissão de Reconhecimento de Poderes da Câmara Federal, vitimado pelo expediente da “degola”. Participou ativamente das articulações do movimento revolucionário que levaria à deposição do presidente Washington Luís, em outubro, impedindo que o governo federal fosse entregue a Júlio Prestes, eleito nas eleições de março.

José Américo foi designado chefe civil da revolução nos estados do Norte e Nordeste, cabendo à chefia militar a Juarez Távora. Deflagrado o movimento no dia 3 de outubro, já no dia seguinte José Américo assumia o controle do governo paraibano; ao mesmo tempo, em que dava posse, junto com Juarez Távora, a diversos interventores nos estados vizinhos. Após a posse de Vargas à frente do governo federal, foi nomeado ministro da Viação e Obras Públicas.

Como ministro de Estado participou na condição de membro nato, dos trabalhos constituintes entre 1933 e 1934, articulando a permanência de Vargas no poder. Em julho de 1934, exonerou-se do ministério e elegeu-se senador pela Paraíba. Já no ano seguinte, porém, renunciaria ao seu mandato para ocupar, por indicação de Vargas, o posto de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Em 1937, foi lançado como candidato à Presidência da República, porém, em novembro deste mesmo ano, Getúlio Vargas fechou o Congresso Nacional e cancelou as eleições presidenciais, dando início ao Estado Novo (1937-1945).

Em 1945, representou a Paraíba no Congresso Brasileiro de Escritores, evento que assumiu nítido caráter antiditatorial. Em janeiro de 1947, deixou o TCU ao eleger-se senador por seu estado da Paraíba. Nesse mesmo mês foi escolhido para a presidência nacional da UDN.

No ano seguinte, porém, desligou-se do partido por discordar de sua excessiva aproximação com o governo de Dutra. Fundou, então, na Paraíba, o Partido Libertador, legenda pela qual se elegeu Governador do Estado em 1950.

Durante seu mandato fundou a Universidade Federal da Paraíba, sendo nomeado seu primeiro reitor. Em 1953, já reconciliado com Vargas, deixou o governo paraibano e voltou a assumir o Ministério da Viação e Obras Públicas, durante o segundo governo do político gaúcho. Com o suicídio de Vargas, em agosto de 1954, demitiu-se do ministério e reassumiu o governo da Paraíba.

Entre 1954 e 1964, esteve afastado dos cargos públicos dedicando-se à produção dos livros de memórias, onde colocou, para posteridade, a visão de um homem de ação e de grande sensibilidade. E, em plena maturidade revelou-se poeta.

Em 1964, de volta à cena política deu apoio ao golpe militar que depôs o presidente João Goulart e instalou novo período ditatorial no país. Em 1967, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, na Cadeira 38, cujo patrono é Tobias Barreto, sucedendo ao professor Maurício Medeiros.

Em 1976, foi homenageado pela União Brasileira de Escritores, com título de O Intelectual do Ano, recebendo o troféu Juca Pato. Após sua morte, fato que ocorreu em 1980, a casa onde passara os últimos vinte e dois anos de sua existência, foi transformada em Fundação, para dar continuidade ao seu trabalho e à divulgação do seu nome nos diversos quadrantes do país como intelectual, participante das Academias Paraibana e Brasileira de Letras e pelas grandes iniciativas, entre elas a criação da Universidade da Paraíba, em 1956, que depois passaria a ser UFPB, após sua federalização.

Situada nas proximidades do ponto mais oriental das Américas, a Fundação Casa de José Américo constitui-se num importante órgão cultural. Criada a partir da Lei nº 4.195 de 10 de janeiro de 1981, e reconhecida como de utilidade pública, pelo decreto federal nº 93.712, de 15 de dezembro de 1986.

A casa, transformada em museu, guarda as mesmas características de quando José Américo nela residia; inclusive o jardim e as árvores frutíferas, por ele plantadas. Já o documentário “O Homem de Areia” (1981) de Vladimir Carvalho, conta a trajetória de vida de José Américo de Almeida.

 

Fontes:

http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S25.1347.pdf

http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=385&Itemid=189

http://www.bahia.ws/biografia-jose-americo-de-almeida/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Am%C3%A9rico_de_Almeida

http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Jos%C3%A9+Am%C3%A9rico+de+Almeida<r=j&id_perso=990

http://www.osebocultural.com/galeria/31,,jose-americo-de-almeida/galeria.html

http://www.e-biografias.net/jose_americo_de_almeida/

http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/aeravargas1/biografias/jose_americo_almeida

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