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Data de publicação do verbete: 22/08/2019

Carlos Augusto Furtado de Mendonça Dias Fernandes

Carlos Fernandes viveu intensamente a sua vida. Foi jornalista, pedagogo, contista, biógrafo, poeta, romancista e claramente fez parte do movimento Simbolista da literatura (nacional) brasileira.
Data de publicação: agosto 22, 2019

Naturalidade: Mamanguape-PB

Nascimento: 20/ 09/1874 – Falecimento: 09/12/ 1942

Atividades exercício-profissionais:  Jornalista e pedagogo,

Atividades artístico-culturais: Poeta e romancista.

 

Carlos Augusto Furtado de Mendonça Dias Fernandes nasceu  no dia 20 de setembro de 1874 na cidade de Mamanguape(PB), e faleceu em 09 de dezembro de 1942, no Hospital da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro. Carlos Fernandes viveu intensamente a sua vida. Foi jornalista, pedagogo, contista, biógrafo, poeta, romancista e claramente fez parte do movimento Simbolista da literatura (nacional) brasileira. O escritor era completamente defensor do direito dos animais foi um dos divulgadores do vegetarianismo , autor do livro “Proteção aos Animais”, de 1914. Na obra, Fernandes, que não era religioso, cita religiões e crenças que endossam o papel do ser humano como protetor dos animais e da natureza. Polêmico, chegou a discutir com profissionais de saúde da época que defendiam o consumo de carne. 

Era filho do Dr. Nepomuceno Dias Fernandes e de D. Maria Augusta Saboia Dias Fernandes. Aprendeu as primeiras letras com a sua mãe, continuando seus estudos  com os professores Luiz Aprígio e Isaac Ribeiro que lhe ministraram aulas de Português e Latim. Apesar de sua cidade natal Mamanguape ser um importante centro de exportação de algodão e da cana-de-açúcar, através do porto de Salema, Carlos Fernandes não sentia atração pela cidade que  pela falta de desenvolvimento cultural não lhe oferecia condições para expandir o seu potencial , um dia aos treze anos, deixou o Porto de Salema e foi para Recife, mudando, radicalmente, o rumo da sua vida. Matriculou-se num curso de Farmácia, contrariando o pai que o desejava médico. Seu tio custeava sua vida dando lhe uma generosa mesada de 50 mil réis, esse valor foi dado até que em uma viagem para Europa veio a falecer. Após a perda dessa ajuda  do seu parente, Carlos D. Fernandes continuou se apoiando em outros familiares para finalizar seus estudos. Ao deixar a capital pernambucana, prosseguiu para Aracaju, de lá foi ao Rio de Janeiro onde passou a exercer as mais modestas profissões. Por conveniência, ingressou na Guarda Nacional. Fascinado pelas letras, deixa a Guarda Nacional, recebe a patente de Tenente Honorário e é nomeado funcionário dos Correios e Telégrafos. No Rio de Janeiro, travou conhecimento com Cruz e Souza, tornando-se seu grande amigo e admirador. Inicia a carreira jornalística, escrevendo em A Gazeta da Tarde; A cidade do Rio e na Revista Rosa Cruz. Daí o tom satírico de sua prosa e de sua poesia, onde procura sempre fustigar seus companheiros de província, não apenas em editoriais políticos, como também em epigramas.

Dominado por inquietações Carlos deixa o Rio de Janeiro e segue para o Amazonas. Homem inteligente, elegante e romântico, vivia rodeado de mulheres e a se meter em encrencas por causa delas. Em Manaus, certa vez, envolveu-se num desses casos,e teve que deixar a cidade às pressas, refugiando-se em Belém do Pará, encontrando-se, aí, com Elizeu César que o apresentou ao poderoso Antônio Lemos, tornando-se, ambos, grandes amigos. Passou a escrever em A Província do Pará. Sempre irrequieto, viaja a Europa. Retornando, instala-se em Recife e assume a Secretaria do Diário de Pernambuco. Em 1912, Castro Pinto, seu amigo e conterrâneo, eleito presidente, convida-o para assumir a direção do Jornal A União , que, a partir daí, viveu a sua fase áurea, transformando-se numa verdadeira escola de jornalismo. Em 1928, com a eleição de João Pessoa para a presidência , o seu primeiro ato foi a demissão de Carlos Dias Fernandes da direção de A União. Desencantado, ele deixa a Paraíba e retorna ao Rio de Janeiro com a esposa Aurora e, para sobreviver, passa a escrever nos jornais cariocas.  Em 1936 sai Fretana, romance autobiográfico, onde aparecem as figuras principais do Simbolismo, a cuja geração também pertenceu.

Autor de romances como Os cangaceiros e A renegada, ambos de temática regional, Carlos Augusto é o patrono da cadeira de número 32 da Academia Paraibana de Letras.

Livros publicados: Palma de acanthos, 1917; In memorian, 1905; Políticos do norteI, 1906; Políticos do norte II, 1907; Canção de vesta, 1908; Álbum do Estado doPará,1908; Os cangaceiros, 1908; A hevea brasiliensis, 1913; O Rio Grande doNorte, 1914; Proteção dos animais, 1914; Noção de pátria, 1914; A Walfredeida, 1915; Talcos e avelórios, 1915; A defesa nacional, 1916; Rui Barbosa, apóstolo daliberdade, 1918; Escola pitoresca, 1918; Discurso, 1918; Políticos do norte, 1919; Monografia de Epitácio Pessoa, 1919; De rapazinho a imperador, 1920; Myriam, 1920; Tobias jurista-filósofo, 1921; Livro das parcas, 1921; A cultura clássica, 1921; Sansão e Dalila, 1921; O algoz de Branca Dias, 1922;A renegada, 1921; Acultura phisica, 1923; Terra da Promissão, 1923; Feminismo, 1923; Infânciaproletária, 1924; A fazenda e o campo, 1925; A vindicia, 1931; Fretana, 1936; Rezas cristãs, 1937; Gesta basílica, 1938; Gesta nostra, 1942; Última ceifa (versos inéditos)

Joana Braga

Fontes:

http://www.paixaomelancolica.com/2018/01/carlos-dias-fernandes-o-grande-poeta.html

https://davidarioch.com/tag/carlos-dias-fernandes/

https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/4770

http://topjovemofficial.blogspot.com/2012/02/carlos-dias-fernandes-o-poeta.html

http://www.aplpb.com.br/academia/academicos/cadeiras-31-a-40/226-n-32-fundador-carlos-augusto-furtado-de-mendonca-dias-fernandes

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