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Data de publicação do verbete: 11/08/2016

Boqueirão

Mesorregião Borborema do Estado da Paraíba. É conhecida como "Cidade das Águas", por possuir o segundo maior açude do Estado da Paraíba, e a "Cidade das Rimas e Letras".
Data de publicação: agosto 11, 2016

Localização: Microrregião Boqueirão, e na Mesorregião Borborema do Estado da Paraíba.

Área territorial: 425 km² de área

População: 16.966 hab. (IBGE/2011).

Gentílico: Boqueirãoense

Fundação: Ano de 1946

Densidade: 39,95 hab./km²

Limites geográficos municipais: Limitando-se por Cabaceiras a 22 km, Barra de São Miguel a 26 km, Taquaretinga do Norte a 35 km (PE), Umbuzeiros a 38 km, Campina Grande a 38 km e Aroeiras a 64 km.

Distância da capital de João Pessoa: 161 km.

Acesso a partir de João Pessoa: BR 230 / BR 104 / PB 148

Boqueirão, antes da emancipação política de seus distritos, cobria aproximadamente 1.257 km², no posto de 3º maior Município do Estado, em extensão territorial na Paraíba.

Data da emancipação política: A independência do município, no seu aspecto administrativo, ocorreu em 1959, embasada pela Lei n. 2.078 de 30 de abril.

Altitude: 355m

Aspectos Fisiográficos: O município de Boqueirão está inserido na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros. Ocupa uma área de arco que se estende do sul de Alagoas até o Rio Grande do Norte. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Com respeito à fertilidade dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta. A área da unidade é recortada por rios perenes, porém de pequena vazão e o potencial de água subterrânea é baixo.

Vegetação: É formada por Florestas Subcaducifólica e Caducifólica, próprias das áreas agrestes.

Hidrografia: O município de Boqueirão encontra-se inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Paraíba, entre as regiões do Médio e Alto Paraíba. Seus principais tributários são: o Rio Paraíba e os riachos: da Cobra, da Ramada, do Monte, Olho d’ Água Seco, do Feijão, Marinho, Arapuá, Marinho Velho e Canudos. O principal corpo de acumulação é o açude público Epitácio Pessoa ou do Boqueirão (450.424.550m3). Todos os cursos d’ água no município têm regime de escoamento intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico.

Clima: Tropical Chuvoso, com verão seco. A estação chuvosa se inicia em janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até outubro.

Temperatura: Máx. 37; Mín. 16°C.

Economia: O município apresenta uma estrutura comercial diversificada, com micro e pequenos empresários, que investem tanto no comércio de bens de consumo, quanto nas construções e moradias; como também, empresários do setor têxtil, tanto artesanal quanto industrial, como é o caso do comércio de tapetes e redes, e da confecção de roupas em jeans. Na indústria existem no município 5 fábricas de laticínios e 20 de redes artesanais, todas pequenas, e com poucos empregados e com alto risco de falência.

No campo são produzidos tomates, milhos, algodão e sisal, além da pesca e pecuária como principal fonte de renda.

História do município:

Segundo afirmam os historiadores, foi em meados do século XVII que chegaram ao atual município de Boqueirão os primeiros habitantes, tendo como chefe o bandeirante baiano, Antônio de Oliveira Lêdo, admitido por muitos, como irmão de Pascásio de Oliveira Lêdo e Custódio de Oliveira Lêdo, bandeirantes, emigrantes da Bahia. Fundador da Vila de Boqueirão, primeiro núcleo de casas de brancos que a comuna possuiu.

Dentro de pouco tempo, a população do vilarejo seria aumentada de maneira muito pitoresca, segundo rezam as lendas. O capitão Pascoal de Oliveira Ledo, mulato e vaqueiro da Casa da Torre, sobrinho bastardo de Antônio de Oliveira, apaixonou-se na Bahia por uma jovem de família tradicional e cheia de preconceitos.

Garantem alguns cronistas que tratava mesmo de sobrinha ou filha de criação de um fidalgo de Tatuapara. Os pais não queriam nem ouvir falar em semelhante casamento.

Resolveram os apaixonados fugir a cavalo, altas horas da noite, mas os cachorros deram parte. Alarmada a família, os homens acenderam archotes e saíram em perseguição aos fugitivos. De carreira em carreira, parando apenas para mudar de cavalo, os namorados alcançaram, na terceira noite, à margem direita do Rio São Francisco. Nessa altura, teve Pascoal ideia bem feliz. Como houvesse muita gente aglomerada na beira do rio, disse para os curiosos: “Vou levar tição aceso, que levantarei bem alto. Se a luz não se apagar, é porque teremos chegado do outro lado do rio. Se apagar é porque morremos afogados”.

Meteu-se dentro da água, com a namorada na garupa, e chicoteou o cavalo. Alcançando o meio do rio, deixou cair o tição. Quando os perseguidores chegaram horas mais tarde, receberam a notícia de que o casal de namorados havia perecido.

Boqueirão teve origem de um grande corte que o rio Paraíba fez na serra de Cornoió. Desde este tempo, tornou-se célebre a famosa missa de Natal nesta cidade, pelo fato de arrastar centenas de pessoas para essa liturgia. Conta-se que nesta época, uma média de 300 km eram percorridos por gentes vindas da Região do Piranhas e Piancó, a fé cristã batendo os corações nordestinos na busca de conforto para a vida e encontro com Deus, sem esquecer também que o espírito festivo impera naqueles que demandam diversão.

A independência da cidade, no seu aspecto administrativo, ocorreu em 1959, pela Lei n. 2.078 de 30 de abril, desmembrando-se da vizinha cidade de Cabaceiras e ficando formada por 5 distritos, quais sejam: Sede, Alcantil, Bodocongó, Caturité e Riacho Santo Antonio. A cidade de Cabaceiras serviu apenas como limite para o município de Boqueirão, que estava adquirindo sua emancipação administrativa, consequentemente, uma vida própria para alocar ao seu bel prazer seus recursos.

Boqueirão é conhecida como “Cidade das Águas”, por possuir o segundo maior açude do Estado da Paraíba, mas durante o mês de realização da Feira Literária de Boqueirão (FLIBO) transforma-se na “Cidade das Rimas e Letras” para receber dezenas de escritores vindos de várias partes do país, além é claro dos apaixonados por Literatura.

Quem visita o município é atraído pelas suas belezas naturais contornadas pela geografia própria do Cariri Paraibano, além é claro, de contemplar a vista esplendorosa do Açude Epitácio Pessoa construído na década de 1950 e inaugurado pelo então Presidente Juscelino Kubitschek.

Visando amenizar os efeitos da seca, o Açude Epitácio Pessoa, foi estrategicamente construído para abastecer a cidade de Campina Grande; ao término da sua construção, como forma de agradecimento, os pescadores colocaram uma imagem de Nossa Senhora de Fátima em cima de uma pedra localizada no Baldo do Açude (hoje conhecida como “A Pedra da Santa”). Desde então, em todos os anos é realizada a Procissão dos Pescadores no dia de São Pedro (29 de julho), em reverência àqueles que ajudaram a dar vida a tantas vidas castigadas pela seca e em ação de graças, por Deus ter mandado chuva para abastecer o manancial em sua total capacidade naquele mesmo ano.

Essas e tantas outras histórias ecoam nos quatro cantos da cidade, nas calçadas, na vila de pescadores, nas rodas de conversas entre os mais idosos que presenciaram o verdadeiro canteiro de obras que se tornou a cidade de Boqueirão na década de 1950.

Atrativos turísticos:

A primeira parada é a visita ao Alto dos Missões, propriedade rural simples, porém com diversos atrativos, no Distrito Tabuado: a deliciosa trufa de rapadura, e tapetes de algodão colorido. Interessante imersão na simplicidade da vida do campo, com trilhas, histórias e café da manhã ao ar livre, longe da poluição e perto do silêncio.

Na volta para a cidade, o primeiro Memorial do Tear da Paraíba, no mesmo sítio. O local é um dos mais regionais e de tradição camponesa no Tabuado, com um tear de mais 100 anos, mantido em funcionamento pela proprietária. Ao lado do Memorial fica a produção de redes de dormir da família de Maria Lúcia de Brito, que vive desse comércio. Eles fiam, bordam, vendem as redes e moram todos no sítio.

Camping: O 1º Camping fixo da Paraíba também fica no Distrito do Marinho, Boqueirão (PB). É um local calmo, com espaço para dez barracas e uma estrutura básica para ficar por dois ou três dias em contato com a natureza do Cariri.

Há um lajedo com muitas pedras grandes arredondadas, próximo ao camping, e outro antes da praça da crocheteiras, no Distrito. Os visitantes costumam ir e vir entre eles aproveitando o Pôr do Sol. Ao final da caminhada, um lanche leve, com bolos e sucos da cidade. “As Crocheteiras de Boqueirão” servem o lanche enquanto mostram suas peças fabricadas no Distrito. Elas inovaram, trabalham o crochê nas bordas da bucha de mato, artigo rústico que ficou delicado.

Na volta para a cidade, o visitante pode se hospedar num dos hotéis, como O Varandas, que fica próximo ao centro. Se o turista quiser aproveitar um fim de semana inteiro, ele poderá curtir uma noite animada, com música ao vivo no Hotel Xique-xique. No domingo, o tradicional banho no famoso Açude de Boqueirão, e uma pescaria que sempre deixam a manhã do Cariri mais refrescante.

Associativismo:

A cidade de Boqueirão tem história no associativismo. Algumas atividades da produção associada ao turismo surgem da união de homens e mulheres. O Restaurante Águas da Vida, ao lado do Mercado Central é fruto de um projeto do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Nove pessoas estabilizadas, depois de recuperações através da assistência, se uniram.

Na Gruta de Lourdes, o turista pode parar rapidamente para fazer suas orações. O passeio de Pau de Arara, um transporte rústico, ainda utilizado na Zona Rural, é mais uma opção para colaborar com os moradores envolvidos na cadeia produtiva local.

A Pedra da Santa é um dos pontos mais visitados da cidade, recebendo muitos fiéis que vão até ela agradecer pelas bênçãos alcançadas.

Recentemente, a cidade ganhou a Praça das Águas, ou “Praça do peixe”, que faz parte de um complexo turístico e cultural da região, o Memorial das Águas, em fase de construção.

Eventos culturais / turísticos:

A atividade cultural de Boqueirão, até bem pouco tempo atrás, concentrava-se apenas nas Quadrilhas Juninas e Festas de Padroeira animadas por grupos locais e pela Filarmônica Municipal, além da apresentação anual das peças teatrais da Paixão de Cristo e Natal. Além disso, também eram famosas as vaquejadas que contavam com a presença não apenas da vizinhança, mas, até mesmo, de pessoas vindas de outros Estados do Nordeste. As cantorias de violeiros também marcam as festas tradicionais do município, atividade está ainda hoje realizada, todavia não muito valorizada pelo público.

Atualmente, Boqueirão exporta arte em todos os sentidos. São inúmeros os seus filhos que, pela Paraíba e pelo Nordeste, apresentam toda a riqueza de sua música, como é o caso do saxofonista Sarayva, dança, literatura, dramaturgia, etc. Podemos destacar a Filarmônica Municipal, o grupo Kiriri Band, a orquestra de frevo, as companhias de dança municipais, os grupos de chorinho, seus violonistas e, mais recentemente, seus escritores – poetas e poetisas, contistas e ensaístas.

O suporte da Prefeitura Municipal e dos Governos Estadual e Federal tem alavancado a produção cultural de Boqueirão, que realiza já há três anos o Balaio Cultural. No II Balaio Cultural, foram realizados espetáculos de dança, música, teatro, congresso de violeiros, além de seminários, oficinas de artes, feira de artesanato e exposição fotográfica.

Boqueirão viu nascer, também em 2007, a “Parede poética”, evento que apresentou à sociedade Boqueirãoense a literatura engajada do poeta e deputado Dunga Júnior, bem como as poesias de Paulo da Mata, Jane Luiz Gomes, Marilândia Pereira, Mirtes Waleska e Malcy Negreiros, bem como os contos, crônicas, poesias e outras produções literárias de Maxwell Fernandes Dantas e Kleber Brito.

A criação da ABES (Academia Boqueirãoense de Escritores), em meados de 2009, veio levantar a pedra fundamental da Literatura no município e inaugura uma nova fase na cultura do Cariri Paraibano.

A ABES, desde 2010, realiza a FLIBO (Feira Literária de Boqueirão). Durante o mês de março, a efervescência literária Boqueirãoense se concretiza na realização de palestras, oficinas literárias, exposição, divulgação e publicação de livros. Já passaram pelo evento nomes como Jessier Quirino (2010), Bráulio Tavares (2010 e 2011), Ronaldo Cunha Lima (2010) e Ariano Suassuna (2011).

Atividades Artesanais:

Boqueirão também é famosa pela sua produção de tapetes e redes de dormir, com dezenas de fabricos espalhados por toda a cidade, tendo a comunidade do Taboado como maior produtora de artesanato, reconhecida nacionalmente.

Com relação à produção artesanal de redes e cobertores, Boqueirão já foi conhecida como um dos municípios mais ativos na produção e comercialização destes produtos. É o turismo de experiência criativo, mostrando mais um roteiro paraibano em pleno Cariri, na cidade de Boqueirão.

Atrações turísticas naturais:

A beleza de suas águas profundas e o Pôr-do-Sol irradiante enche os olhos e acalenta a alma daqueles quem o vem visitar. Suas histórias, suas lendas e seus mitos povoam o imaginário da população local, através das histórias de pescadores que perduram até hoje.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Boqueir%C3%A3o

www.cidade-brasil.com.br/municipio-boqueirao.html

http://www.eumed.net/libros-gratis/2006a/lgs-eps/4b.htm

http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=250250

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/paraiba/boqueirao.pdf

http://cariricangaco.blogspot.com.br/2011/03/boqueirao-das-artesparaiba-brasil.html

http://www.paraibatotal.com.br/noticias/2014/10/13/64905-paraiba-oferece-roteiro-de-turismo-de-experiencia-em-boqueirao

http://www.cprm.gov.br/publique/media/hidrologia/mapas_publicacoes/Atlas_Digital_RHS/paraiba/rela

torios/BOQU034.pdf

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