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Data de publicação do verbete: 22/08/2016

As Irmãs poetisas (Maria de Sousa – Luzia de Sousa)

Unidas pelos laços sanguíneos e pela arte da poesia. Elas produzem obras que resgatam a cultura regional: O Sertão, o amor, o bem viver, entre outros temas.
Data de publicação: agosto 22, 2016

Naturalidade: Riacho dos Cavalos / Catolé do Rocha – PB

Nascimento de Maria de Sousa: 26 de outubro de 1976

Nascimento de Luzia de Sousa: 14 de março de 1981

Atividade artístico-cultural: Poesia

Contatos: (83) 99636-9692 / 99608-5866

Maria de Sousa nasceu no município de Riacho dos Cavalos, e Luzia de Sousa, em Catolé do Rocha. Elas não são apenas unidas pelos laços sanguíneos, mas também pela arte da poesia.

Ambas de família humilde, as irmãs cresceram em uma Comunidade Rural chamada de “Pau D’Arco”, pertencente a Riacho dos Cavalos. No ano de 2004, saíram da Zona Rural e mudaram para a cidade, onde vivem até hoje.

As poetisas juntas produzem poesia popular, obras que resgatam a cultura regional. Seus poemas são diversificados, e falam sobre o Sertão, a arte de escrever, o amor, as palavras, o bem viver, entre outros temas. As palavras transcritas no papel, por Maria de Sousa e Luzia de Souza, enaltecem e enriquecem as cantorias dos cantadores de viola, da região de Catolé do Rocha.

As Irmãs poetisas concluíram o ensino médio, mas não ingressaram no ensino superior. Segundo Luzia, o estímulo para escrever poesias foi através de um tio que cantava e também produzia poemas, além do fato de ambas, sempre está em contato com a arte. Desde crianças gostavam de escrever, seu amor pelas palavras transparece a cada verso e estrofes dos poemas.

As poetisas têm o dom da poesia e se deleitam com a arte de escrever, saboreiam cada palavra, dessa forma se tornam parte integrante do meio cultural da cidade. De acordo com Maria “É um prazer escrever e ver artistas de renome cantar sucessos de cantadores já consagrados, porque cantar é fácil, difícil é escrever”.

 

Irmãs poetisas Maria de Sousa e Luzia de Sousa – Mote em Decassílabo:

Nada Vale ser Rico de Dinheiro – Sendo Pobre de Espírito e Humildade.

 

Não se exalte por possuir riqueza,

nem dê tanta importância à mordomia,

seja simples e procure a cada dia,

praticar algum gesto de grandeza,

vendo alguém que padece na pobreza,

se poder ajudar faça a bondade,

não se envolva com luxo e vaidade,

que esse tempo na terra é passageiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

 

De que vale na vida possuir casa boa e bonita pra morar,

carro novo importado pra andar,

roupas lindas de grife pra vestir,

joias caras, usar e exibir,

com luxúria de toda qualidade,

se o que Deus quer de nós é na verdade,

alma pura e espírito verdadeiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

 

Se você tem riqueza e vive bem,

não esqueça os que sofrem na pobreza,

parta o pão que tiver em sua mesa,

com o pobre faminto que não tem,

jamais negue uma esmola pra alguém,

que implora por ter necessidade,

que é tão triste pedir por caridade,

e ouvir Não por resposta o tempo inteiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

 

Pra que tanta ganância por poder,

tanto apego por bens materiais,

ter riqueza sobrando e querer mais,

o mais rico de todos querer ser,

de que serve fortuna a gente ter,

se ao partirmos pra santa eternidade

é bastante se ter simplicidade,

não precisa ter recurso financeiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

 

De que vale ser rico e viver bem,

receber a fortuna como herança,

ter dinheiro sobrando na poupança

e não doar um centavo a quem não tem,

ter os olhos voltados só pra quem,

tem poderes de grande autoridade,

agredir a pobreza com maldade

e sentir nojo da cara do roceiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

 

Não oculte a riqueza adquirida,

tenha seu semelhante como amigo,

sinta pena do pobre do mendigo,

que só tem como bem a própria vida,

cada pão que sobrar você divida

com quem vive a pedir por caridade,

que no céu da divina majestade,

tanto faz esmoler como banqueiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

 

Se quiser ser por Deus abençoado,

se disponha a fazer somente o bem,

ofereça comida a quem não tem,

dê apoio ao menor abandonado,

um abrigo a quem tá desabrigado,

uma esmola a quem tem necessidade,

deixe orgulho, ganância e vaidade,

seja bom, generoso, hospitaleiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

 

Não se julgue melhor do que ninguém,

trate o próximo igualmente a seu irmão,

não se oponha a pedir ou dar perdão,

não se exiba jamais pelo que tem,

deixe o lado do mau prefira o bem,

plante amor pra colher felicidade,

tenha Deus como mestre da verdade,

seja sempre da paz um mensageiro.

Nada vale ser rico de dinheiro,

sendo pobre de espírito e humildade.

 

Fontes:

Inventário/Entrevista/AirtonAlves/ParaíbaCriativa/Poesia/MariaSousa/LuziaSousa/

https://www.facebook.com/profile.php?id=100001728494924&sk=photos&pnref=lhc

https://www.facebook.com/luzia.sousa.583?fref=ts

 

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