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Data de publicação do verbete: 19/04/2016

Totonho

Cantor, compositor e produtor. O artista é inspirado pela força da poesia regional, dialoga com o universal, escancarando um som autêntico e provocador.
Data de publicação: abril 19, 2016

Naturalidade: Monteiro – PB / Radicado no Rio de Janeiro (RJ)

Nascimento: 2 de março de 1964

Contato: (83) 98806-0165

Atividades artístico – culturais: Cantor, compositor e produtor.

E-mail: anneksfernandes@gmail.com

Site: https://myspace.com/totonhooscabra

Carlos Antônio Bezerra da Silva, conhecido pelo nome artístico de “ Totonho” nasceu no sítio do Tinguí em Monteiro, na Paraíba. Filho de Dona Luzia do Bolo. No começo da sua carreira era vendedor de buchada de bode, e assistiu a muitas cantorias de repentistas da região. Foi quando teve seu primeiro contato com a música. Totonho relembra “Minha casa vivia cheia de gente, então me acostumei a vê-los”.

Com apenas nove anos de idade Totonho montou a banda “Os Renegados” que tocava com latas (guitarra de lata, bateria de lata e afins). “Foi ali que começou tudo e me tornei compositor”. Diz o artista.

Em 1982 resolveu que queria mesmo seguir a carreira de músico. Mudou-se para a capital paraibana onde fundou o “Musiclube da Paraíba”, uma cooperativa de compositores por onde passaram nomes como Chico César, Milton Dornellas, Jarbas Mariz, e os irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, Adeildo Vieira, entre outros.

Durante cinco anos, Totonho participou do “Projeto Tocar Por Prazer” (um grupo de baixistas, guitarristas, vocalistas, compositores, etc…) cantando e tocando violão em João Pessoa. Nesse mesmo período cursou Faculdade de Arte e Educação e deu início a um trabalho social, junto às comunidades. Já premiado e conhecido como um dos melhores compositores da região, no final de 1988 foi para o Rio de Janeiro fazer uma pós-graduação e tentar a vida como músico. Enquanto isso Totonho continuava compondo, e em 1996 abriu shows de Geraldo Azevedo, João Bosco e outros.

No final do ano se uniu com outros músicos formando “Totonho e os Cabra”. Ele diz “Os Cabra não é propriamente uma banda, mas um cata-cata de parceiros que faz para discos e shows”. Depois de participar e se classificar no Projeto Pixinguinha, estreou em março de 1997 uma turnê por sete capitais brasileiras. E foi ocupando os espaços possíveis no Rio de Janeiro (festas, bares, circuito “alternativo baixo”, todo canto como ele mesmo diz). Até que em 1999, uma demo foi parar nas mãos do produtor musical Carlos Eduardo Miranda. O resultado foi o álbum homônimo “Totonho e Os Cabra”, que mostra bem a cara do dono.

Totonho diz com ousadia “Sou melhor compositor. Eu parto da palavra: daí faço uma frase, desmancho, faço outra, mudo, transformo, busco um sinônimo… Eu sou tipo um pedreiro que vai quebrando um tijolo até ele caber em sua construção”. Em quatro anos ainda não tinha conseguido se firmar como músico, mas já tinha sua ONG Projeto Ex-Cola, a partir de um trabalho social que tinha se engajado no Circo Voador.

O artista salienta “Já fui alfabetizador de uma comunidade indígena e hoje, no Rio, continuo o trabalho social através de um programa de rádio do Circo Voador, que ajuda a comunidade do bairro da Lapa. Um dos projetos, O OBA – Oficinas Básicas de Arte, que tem como base de trabalho a cultura contra a violência. A ideia, além de discutir os problemas da comunidade é trazer também nomes novos e conhecidos da música do Rio”.

Totonho não se desligou das suas raízes, ele tem um estilo bem paraibano de fazer arte, tendo como uma das suas principais referências o grupo “Jaguaribe Carne”. O artista herdou uma forma experimental e particular de fazer música. Para a crítica especializada ele obtém um raro efeito de estranhamento no casamento da rusticidade de sua voz (aparentada à de Lenine) com os blips e blops sintetizados. É puro samba do Paraíba doido, não raro desgovernado, mas que inevitavelmente impressiona pela vitalidade.

Embora seus longos anos de estrada, o primeiro registro fonográfico de Totonho foi apenas no ano de 2001 pela Gravadora Trama. O músico possui dois CDs lançados “Totonho e Os Cabra” (2003) com 14 músicas, e “Sabotador de Satélite” (2005) com 12 músicas em seu álbum, que obtiveram repercussão nacional. Com este, foram inseridas duas Coletâneas internacionais da Nova Musica Brasileira Selo-Toten França, e o Coletivo Hip Hop do Mundo, Selo África Mundi/USA produzida pelo americano Malvin Gibson.

No ano de 2015, o cantor lançou “Coco Ostentação”, inspirado pela força da poesia regional, que dialoga com o universal, escancarando um som autêntico e provocador, advindo das ruas para o estúdio, do estúdio para os palcos e ouvidos de um público inquieto e ansioso pelo novo, pelo som independente que Totonho sabe fazer como ninguém. Esse foi o caminho para se chegar ao mais novo disco autoral.

O trabalho é fruto de uma ação ativista de levar música para espaços públicos da grande João Pessoa de forma livre. Essa iniciativa idealizada pelo próprio artista, em parceria com o compositor Seu Pereira, iniciada em 2014, tem provocado as formas de difusão da música paraibana. O projeto reuniu um grande público, e movimentou a cultura da Paraíba com manifestações populares de valorização da música tradicional do Nordeste e do Brasil, e motivou novas composições.

Coco Ostentação é um trabalho inovador que reúne canções inéditas, influenciadas pela música tradicional, mais especificamente o coco de roda. Produzido pelo paraibano Renato Oliveira, e com participação de grandes nomes da musica da Paraíba, como Escurinho, Alex Madureira, Os Gonzagas e Seu Pereira, o disco instala uma lógica de produção profissional colaborativa e engajada.

A produção conta também com a presença dos músicos parceiros, o paulista Rica Amabis e o carioca Ricardo Imperatori. Os artistas aceitaram o desafio da provocação sonora e poética de Totonho e Os Cabra, apresentando um som que dialoga de forma contemporânea com a música tradicional.

Totonho enfatizou “O resultado dessa experiência é a ostentação da liberdade de praticar seus próprios códigos culturais. Porque a tradição é o que segue, não é o que fica trancafiado em normas retrógradas de registros filmados ou fonográficos. Só se preserva a tradição se outras gerações aceitam, participam e interagem, por isso ela deve ser adequada aos olhares do seu tempo”.

Em março de 2016 Totonho apresentou “Os Sambas que Cartola não quis fazer” um show inédito no Móbile Café-PB. Abrindo uma nova temporada do projeto ‘Samba de Casarão’. O artista recebeu como seus convidados os artistas Fuba e Zé Neto.

Ao longo de sua carreira tem realizado várias parcerias,  com músicos reconhecidos nacionalmente, Rita Lee, Flávio José, Chico César, Carlinhos Brown, entre outros.

“Eu sou uma construção de muitos amigos e muitas pessoas interessadas em cultura. Sem estas pessoas, eu não existiria. Em João Pessoa as pessoas são solidárias empresta pedal, violão”. Enfatizou Totonho.

Fontes:

http://www.oconciergepb.com.br/totonho-e-os-cabra-lanca-coco-ostentacao/

https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=Totonho

http://www.duartelima.com.br/?p=29264

https://www.facebook.com/Totonho-e-os-Cabra-189447731120010/timeline

https://www.facebook.com/totonho.oscabra?fref=ts

https://www.facebook.com/1134483019915260

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