O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 30/09/2015

Vânia Perazzo

Cineasta paraibana. Seu primeiro filme ficção "Por trinta dinheiros" é o de maior destaque na sua carreira.
Data de publicação: setembro 30, 2015

Naturalidade: Areia-PB

Nascimento: 1957

Atividade artístico-cultural: Cineasta

Filmes/Documentários: Em 1987, realizou o filme Carnaval Sujo, co-realizou O Palácio, premiado no Festival de Brasília, em 1995 e, O Reino de Deus. Esses filmes foram apresentados pela televisão da Bulgária e da França; O curta-metragem “Celso depois do milagre” em 1982, durante seus estudos em Paris. O filme foi realizado a partir de uma entrevista com o intelectual paraibano Celso Furtado que vivia o exílio político da Ditadura Militar que o Brasil viveu durante o período de 1964 a 1985. E por trinta dinheiros,

Premiação: Em 1998 ganhou o prêmio Humberto Mauro na categoria de Melhor Roteiro para Longa-Metragem com “Por 30 Dinheiros”, no concurso Nacional de União de Escritores Brasileiros.

O amor à sétima arte foi um elemento presente na vida da cineasta Vânia Perazzo Barbosa desde seus primeiros anos de vida. Uma de suas maiores influências foi seu avô.

Vânia relembra “Eu comecei a frequentar o cinema do Teatro Minerva por volta dos dois anos de idade, no colo do meu avô. Uma coisa muito interessante e também triste deste cinema é que a tela ficava no palco, e a sociedade Areiense ia ver o filme na parte da frente, e na parte de trás da tela ficavam os pobres, pagando ingresso menor”.

Formada em agronomia, abandonou o doutorado de botânica em Paris, para se dedicar ao cinema. Depois de fazer cinco documentários, que já foram exibidos em várias partes da Europa.

Ela sempre teve um grande interesse pela arte e literatura, que era bastante viva em Areia, interior da Paraíba, onde nasceu e passou a infância e adolescência, mas optou por fazer agronomia, a contragosto, para dar continuidade à tradição familiar, e da cidade. Vânia destaca “Existe em Areia a Escola de Agronomia do Nordeste, Universidade da Paraíba. Por isso, as mulheres da minha terra tinham um destino praticamente traçado, que era de serem agrônomas ou casarem com agrônomos”.

Segundo Vânia, naquela época, década de 1970, costumavam acontecer festivais de cinema em Areia, e ela não perdia nenhum. “Vinham cineastas de todo o país e do mundo e alguns davam cursos de cinema durante os festivais. Eu sempre fazia todos eles”. Recorda.

Foi durante um desses cursos de cinema que Vânia participou de um projeto entre o núcleo de documentação cinematográfica da Universidade da Paraíba e a França, que oferecia estágio de cinema, para pessoas das mais diferentes profissões. Vânia conta “Fui uma das escolhidas para ir para Paris, e lá aproveitei para começar a fazer, paralelo ao estágio, doutorado em botânica, porque já tinha uma tese praticamente pronta. Depois eu vi que não dava para fazer as duas coisas e abandonei botânica, sendo transferida para o departamento de comunicação e terminando a minha tese de doutorado em cinema”.

Durante o período na França, Vânia realizou dois documentários, um em super 8, sobre o economista paraibano, Celso Furtado, que na época, ano de 1970, estava exilado em Paris, e o outro em 16 mm, sobre uma vidente francesa. De volta ao Brasil, na década de 80, Vânia fez o documentário Carnaval Sujo, sobre um bloco de sujos, carnaval de rua, em Areia. Esse filme foi apresentado em Portugal, na Bulgária e em festivais na França quando foi comprado pela televisão francesa.

Em ligação com produtores búlgaros, que conheceu durante um Festival de Cinema de Veneza, Itália, Vânia realizou mais dois documentários no Brasil: Um mostrando uma igreja evangélica por dentro, a Igreja Universal do Reino de Deus, que já foi apresentado várias vezes na França, e o outro mostrando um circo mambembe de João Pessoa-PB, surgindo, então a ideia do seu primeiro filme ficção, “Por trinta dinheiros” (2005) o de maior destaque em sua carreira. A história é sobre um circo mambembe da Paraíba, que apresenta peças teatrais. Vânia conta que esses circos ainda são comuns por todo o nordeste do Brasil, com menos intensidade do que alguns anos atrás, e que atores famosos como Renée de Vielmond e Luis Carlos Vasconcelos, já passaram por eles.

Segundo Vânia, o filme é uma comédia dramática, o núcleo central da história é durante uma noite em que apresentam a peça A Paixão de Cristo, os atores que fazem o Cristo e São Pedro, fogem com todo o dinheiro e a partir daí passam a ser perseguidos pelo Judas, que é o diretor do circo, Vai se mostrando um pouco a vida do circo, a perseguição e uma visão diferente do misticismo nordestino.

Feliz em realizar o seu sonho de fazer cinema, Vânia dá conselhos para aqueles que querem iniciar neste mundo. “Acredito que o documentário é excelente como iniciação em cinema, porque com ele se aprende a observar a realidade. Outro conselho importante é que aquele que pense em fazer um filme de ficção escolha falar sobre aquilo que conhece, a menos que faça uma séria inserção em uma realidade desconhecida, porque se alguém só anda de avião e vai falar de gente que anda de ônibus, ou faz uma pesquisa profunda e se integra neste meio ou cometerá gafes”, finaliza Vânia Perazzo.

Fontes:

http://curtadegustacao.blogspot.com.br/2013/09/breve-curriculo-de-vania-perazzo.html

http://www.anovademocracia.com.br/no-20/779-cinema-nacional-nordestino-em-acao

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *