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Data de publicação do verbete: 29/08/2017

Roberto Menezes

Escritor e professor universitário. Tem três livros publicados. Em 2011, foi vencedor do Prêmio José Lins Rêgo de Melhor Romance pelo livro Palavras que devoram lágrimas (ou a felicidade cangaceira)
Data de publicação: agosto 29, 2017

Naturalidade: Santa Rita – PB

Nascimento: 29 de dezembro de 1964

Formação: Física na UFPB/ Mestrado e doutorado na mesma área.

Atividades artístico-culturais: escritor

 

De origem humilde, Roberto Menezes da Silva, tinha pouco acesso aos livros, ainda assim, lia tudo que colocasse nas mãos, “de livros infantis até receitas de bolo” segundo o próprio. Cresceu lendo e foi influenciado pelos mais diversos estilos de autores como: Stephen King, José Lins do Rêgo, Carlos Drummond de Andrade, Saramago, Conan Doyle, entre outros.

Com um estilo difícil de definir, escreve histórias que se passam na Paraíba dos tempos atuais. Roberto é autor de contos, poemas e romances, teve seu primeiro trabalho publicado no ano de 2008, “Pirilampos Cegos”, posteriormente publicou “O Gosto Amargo de Qualquer Coisa” 2012, “Julho é um Bom Mês Para Morrer” 2015. Sua próxima publicação será “Palavras que Devoram Lágrimas” com o lançamento previsto para setembro de 2017.

Além destas obras impressas, Roberto possui um acervo considerável de contos e poemas publicados online. Foi o vencedor do prêmio José Lins do rego de 2011 de melhor romance pelo livro Palavras que devoram lágrimas (ou a felicidade cangaceira)” . É também  o fundador do Núcleo Literário Caixa Baixa, da Flipobre, festival altertivo de literatura. É membro do clube do conto da paraíba desde 2007.

No final de 2017, Roberto Menezes deverá um livro em conjunto com a autora Maria Valéria Rezende, chamado “Conversas de Jardim”

Abaixo encontra-se um texto de Roberto Menezes, onde ele explica um pouco sobre o seu processo de escrita:

 

Minha rotina de escritor é escrever o tempo todo, aqui, ali, daqui a pouco, já já. Escrevo em caderno, guardanapo, celular, computador. Não tenho horário. Se eu precisasse algum dia na vida bater ponto, ia pirar, não fico longas horas de frente a uma tela em branco, não consigo, minha hiperatividade é cruel: só meia hora, boy, levanta daí, vai jogar o teu ps3. Uma estratégia pra não me jogar ao ócio é oscilar a escrita com meus estudos em Física. Sou pesquisador do CNPq e publico um número considerável de artigos. Escrever e calcular podem até parecer coisas distantes, mas não são. Nos dois casos, preciso focar pra evoluir e me aprofundar, a maneira como concateno as ideias são semelhantes e complementares.

Acordo com as ideias na cabeça, vou dormir com essas e outras. Frases a melhorar, personagens pra criar, cenas pra descrever, diálogos pra… blá blá blá, blá blá blá, blá blá blá, quase chego a ouvir o disco rígido do juízo girando a não sei quantas mil rotações por minuto. É claro que me sinto pressionado, de vez em quando bate a angústia por não dar conta e perder um monte de ideias. O que posso fazer se a consciência é uma maldita peneira? Tem dia que elas ficam me instigando: cara, vai lá, escreve, a gente não vai ficar assim clarividentes até quando tu quiser. Mas não ligo não, de uns dias pra cá comecei a acreditar que ideia morta é adubo pra outras nascerem, é só continuar a escrever que surgem versões dois ponto zero das anteriores.

A única preocupação é que essas demandas na mente se calem de vez. Me apavoro quando acordo em silêncio, cadê você ideia tagarela?, chegue cá que quero lhe usar. É melhor a reclamação de fila do SUS do que a calmaria de cemitério. Ser ativo é a saída. Leio, leio livro, leio mundo. Estudo, pesquiso, bebo, converso e corro.

Por falar em correr, corro uns quarenta quilômetros por semana. É bom pra saúde, pra alma, isso e aquilo… só que devo confessar que, pra mim, a corrida é mecanismo pra organização da gritaria da minha mente de uma maneira bem eficiente. É uma maravilha correr olhando pro nada. Pequenos mind-blowings acontecem depois de meia hora de suadeira. Aí tenho que decidir se continuo a correr pra aproveitar desse estado, ou dou meia volta pra colocar tudo no papel.

Com os anos percebi que quanto mais a gente escreve, mais fácil se torna o processo de escrita. O que pode levar à falácia de se contentar com métodos, preceitos de cartilhas já absorvidos. Sem cavar novos poços, um dia a fonte se esgota, e o escritor se torna uma repetição de si.  Todo escritor deve ser escritor vinte quatro horas por dia, já que escrever não é só colocar palavras no papel. Colocar palavras no papel é só consequência, e cada um que escolha como, onde e quando fazer.

Fontes:

Inventário/Entrevista/ParaíbaCriativa/2017/FestaJunina/RobertoMenezes/RobertoMenezesDaSilva

https://2miltoques.com/2014/08/22/roberto-menezes-minha-rotina-de-escritor-e/

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