Naturalidade: Santa Helena-PB
Nascimento: 06 de abril de 1926
Falecimento: 29 de outubro de 2018 em Recife
Atividades artístico – culturais: cordelista e escritor
Folhetos de sua autoria: Brasil Campeão do Mundo, Clara Nunes, Cometa Halley, Drummond, Fragmentos de Deus e o Mundo, Festivais de traição, Lampião e o sangue de meu pai, Chico do Mar, A gaivota rejeitada, Mãe Maria, Ô de casa: (Petição ABL), Plataforma de um poeta de cordel: Imortável, Rafael de Carvalho, Santa Bárbara, Se eu voltar a falar, Seca, Enchente e o Presidente, Fim da Guerra, Rosa Garcia, Sinfonia da natureza, Garrinchinha, Vozes de 137 animais, Sobral Pinto, Tragédia de Cubatão; Cordel no Japão, Doenças Sexuais, Vacinação Genérica, Ecordel-92-Rio-Brasil, entre outros.
Raimundo Luis do Nascimento nasceu “em um trole rodando à vara” na cidade de Santa Helena, município fundado por seu pai. Em seus folhetos ( a maior parte) traz trechos autobiográficos; reforçando a construção de uma imagem de si constituída através de uma trajetória de vida bastante peculiar, que tem como ponto de partida a morte de seu pai pelo cangaceiro Lampião, durante uma invasão do bando no sertão de Cajazeiras, na Paraíba, em nove de junho de 1927.
Em função deste fatídico dia, Santa Helena, aos 11 anos, fugiu de casa com um canivete na mão para vingar a morte do pai. Foi parar em Fortaleza e, acolhido por uma professora que o incentivou a estudar e trabalhar, atuando como cobrador de ônibus, garçom, engraxate, entre outras atividades; convergindo para seu ingresso em 1943 na Escola de Aprendizes de Marinheiro do Ceará. Na Marinha participou da Segunda Guerra Mundial, vindo a ser condecorado pelo Presidente da República.
Para alguns de seus biógrafos foi em 1945 que ele publicou seu primeiro cordel a bordo do navio Bracuí, após o fim da segunda grande guerra, intitulando-o de “Fim da Guerra”. Em 1983, recebeu juntamente com Gilberto Freyre, Augusto Ruschi e Jorge Amado o Prêmio Porto de São Mateus de Resistência Cultural.
Foi criador da Feira de São Cristóvão no Rio de Janeiro, local onde auxiliou a divulgação da culinária tipicamente nordestina, artesanato, trios e bandas de forró, danças, cantores e poetas populares, repente e literatura de Cordel.
Além de possuir cerca de 300 títulos em circulação, ele escreveu em 1993 os livros “Lampião e o sangue de meu pai” e “Um marujo na esquina do mundo”. Do ponto de vista de sua narrativa o poeta possui uma variedade temática em sua poética que vai desde o cangaço, meio ambiente, educação sexual, saúde, biografia de outras personalidades, vinculando sempre a temas da atualidade, especificamente os que estão na predileção da mídia seja impressa, radiofônica ou televisiva.
Outra inovação na obra do poeta foi a construção de cordéis bilíngues, facilidade adquirida pelo fato de ter ele estudado nos Estados Unidos da América, tanto que publicou durante a ECO-92 o cordel intitulado “Brazilian Amazônia”.
Trecho do cordel “Brazilian Amazônia” escrito por Raimundo Santa Helena às vésperas da ECO 92.
Depois da “festa” quem é
Que vai se lembrar de junho?
Defender a Natureza
Pra mim não será rascunho
E sim a arte final
A nível universal
Quem falhar eu testemunho…
(…)
“Poluir é assassínio”
Na Terra Lua ou Marte!
Que o Meio Ambiente
Não seja só um encarte
Na ECO-92
E nem nas ECOS depois!
Verei na Segunda Parte…
Folheto Virtual-Cordel Raimundo Santa Helena/Fonte:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/RaimundoSantaHelena/raimundoSantaHelena.html
Fontes:
http://www.dicionariompb.com.br/raimundo-santa-helena/biografia
https://memoriasdapoesiapopular.wordpress.com/tag/raimundo-luiz-do-nascimento/
http://www.cibertecadecordel.com.br/indice_autor_result_cordel.php?pagina=0&idautor=1623&ordem=1
https://www.taisparanhos.com.br/2018/10/morre-cordelista-raimundo-santa-helena.html
Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.