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Data de publicação do verbete: 11/07/2022

Praça Vidal de Negreiros (Ponto de Cem Réis)

O local aparece no contexto social de João Pessoa na década de 1910, quando começou a haver a confluência de três linhas de bondes elétricos, que serviam a população interligando os bairros Varadouro, Trincheiras e Tambiá.
Data de publicação: julho 11, 2022

Município: João Pessoa – PB

Localização: Centro Histórico de João Pessoa – PB

Ano de construção: 12 de Outubro de 1924

A Praça Vidal de Negreiros ficou conhecida como Ponto de Cem Réis devido aos bondes que passavam antigamente por lá, e o valor era de cem Réis  (que era a moeda da época), para descer no local. O local aparece no contexto social de João Pessoa na década de 1910, quando começou a haver a confluência de três linhas de bondes elétricos, que serviam a população interligando os bairros Varadouro, Trincheiras e Tambiá. Devido a atividade desenvolvida, a praça começou a ser chamada de Ponto de Cem Réis, por causa do hábito dos condutores do bonde de gritar o valor das passagens, sua inauguração ocorreu no ano 12 de Outubro de 1924.

O Ponto de Cem Réis, caracteriza-se como referência  da modernização dos transportes, local de concentração de reivindicações públicas, de encontros e, mais tarde, palco da construção do atributo do progresso dos anos 1970, o viaduto Damásio Franca. Sua adjacência caracteriza-se pela forte presença de empreendimentos comerciais e edificações antigas: o casario que pertenceu à família Ávila Lins; o Paraíba Palace Hotel, construído nos anos 1920; Edifícios Régis e Duarte da Silveira, ambos símbolos do movimento moderno no Estado. 

Modificado diversas vezes, seja por “necessidades urbanísticas” ou por intervenções políticas, a praça  não deixou de se configurar como um espaço vivo, pois continua interagindo com as pessoas, situações e acontecimentos do dia-a-dia, dando ênfase a forte presença de empreendimentos comerciais e edificações históricas. Dentre elas, o Paraíba Palace, tombado pelo (IPHAEP), que possui estilo art-noveau, pintado num amarelo marcante, e  único exemplar da arquitetura veneziana de João Pessoa.

O local  se configura como espaço público de convívio desde quando era apenas um ponto de bondes, até os dias atuais. Antes de se tornar uma praça e combinar as funções de circulação e convívio social, a área era caracterizada pela presença da Igreja do Rosário dos Pretos, onde em sua frente corriam os trilhos dos bondes elétricos instalados na cidade, em 1914.

Visando uma melhor utilização da área central da cidade, com a “modernização” da época, através dos bondes elétricos, no início da década de 1920, iniciou-se a primeira intervenção no espaço, tendo como resultado a demolição da Igreja do Rosário dos Pretos, dando lugar ao nascimento de um logradouro.

Segundo o Jornal União da época, foram demolidos, uma  igreja – templo barroco de XVII, o o Juízo Federal, o Cinema-Morse, umas doze taperas e o templo do Rosário, esta mudança urbanística se deu na época do então prefeito Walfredo Guedes Pereira, que justificou tais demolições para a interligação das atuais denominações, ruas Duque de Caxias, Visconde de Pelotas e Guedes Pereira, visando uma maior fluidez da circulação de pessoas e automóveis, não tendo sido levado levado em consideração a importância histórica das edificações demolidas.

Sandra da Costa  Vasconcelos

Fontes:

https://turismo.joaopessoa.pb.gov.br/o-que-fazer/pontos-turisticos/pracas-e-parques/ponto-de-cem-reis/

http://jpcultura.joaopessoa.pb.gov.br/espaco/8/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Vidal_de_Negreiros

https://portalcorreio.com.br/recantos-de-joao-pessoa-ponto-de-cem-reis/

http://www.anpap.org.br/anais/2014-old/ANAIS/Comites/4%20CPCR/Liana%20M.%20Chaves.pdf