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Data de publicação do verbete: 25/08/2020

Pedro Bandeira

Repentista, cantador, escritor, cordelista.
Data de publicação: agosto 25, 2020

Naturalidade: São José de Piranhas-PB

Nascimento: 1º de maio de 1938

Atividades artístico-culturais: Repentista, cantador, escritor, cordelista

Atividades exercício-profissionais: Radialista e apresentador de TV

Pedro Bandeira Pereira de Caldas nasceu em 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas. Filho de Tobias Pereira de Caldas, da poetisa Maria Bandeira de França e neto materno do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, herdou o talento repentista. 

É lembrado como uma das pessoas que cantou com mais maestria o sertão. Aos seis anos já fazia versos. Ainda jovem foi morar no Cariri cearense, onde fez fama com sua poesia e cantoria, repercutindo sua arte em todo o Nordeste. O cordelista também atuou como repentista, cantador, escritor, radialista e apresentador de TV.

Era licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Crato, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Crato, e bacharel em Teologia pela Universidade Vale do Acaraú (UVA). Autor de mais de mil folhetos e centenas de poemas, com livros publicados e muitos LPs e CDs gravados, também participava de várias sociedades culturais, filantrópicas e recreativas, entre elas a Associação dos Violeiros, Poetas Populares e Folcloristas do Cariri (AVPPFC), da qual é fundador.

Pedro Bandeira é autor de centenas de músicas, entre elas a peça “Graça Alcançada”, que veio a ser gravada por mais de 20 intérpretes, considerada o hino dos romeiros e das romarias em Juazeiro do Norte. O artista já cantou para o papa João Paulo II, para os ex-presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney. Além disso, teve músicas gravadas por Luiz Gonzaga, Fagner, Luis Vieira, Alcimar Monteiro, Trio Nordestino, entre outros.

Além de renomado expoente de uma geração de cantadores, Pedro Bandeira veio a destacar-se também na Literatura de Cordel, com mais de uma centena de títulos publicados e ilustrados pelos principais xilógrafos cearenses. Escreveu ainda 14 livros, entre eles “Matuto do Pé Rachado” e “O Sertão e a Viola”. Também idealizou e criou os jornais periódicos “Voz do Folclore”, “Voz da Nova República” e “O Crajubar”. Também foi membro Fundador da Câmara Júnior de Juazeiro do Norte, ao lado de nomes como Aldemir Sobreira, Vicente Magalhães e outros.

A parceria com o cantador Geraldo Amâncio também é um ponto forte. Na área radiofônica, por sua vez, o início deu-se na Rádio Educadora e a “fama” aconteceu com o programa Viola e Violeiros, no Crato. Recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura do Ceará, concedido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em 2018 e a Comenda Patativa do Assaré em 2019.

O poeta tinha conhecimento profundo das coisas da terra e da religiosidade popular,

“No dia do meu enterro / não precisa de aparato / enterre os meus pés em Barbalha / o meu coração no Crato / e a cabeça em Juazeiro”, cantou, certa vez, seu amor pelo Cariri.

Pedro Bandeira faleceu em 24 de agosto de 2020, aos 82 anos.

                                                                                                                                   Israela Ramos

Fontes: 

https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2020/08/24/poeta-pedro-bandeira-considerado-mestre-da-cultura-do-ceara-morre-aos-82-anos.ghtml

https://www.opovo.com.br/vidaearte/2020/08/24/morre-mestre-pedro-bandeira–o-principe-dos-poetas-populares-ceara.html

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