O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 05/09/2016

Museu Histórico e Cultural do Cariri Paraibano

O Museu é composto por painéis, que contam a história dos moradores e da cidade, e peças artesanais com valor histórico para o Estado da Paraíba.
Data de publicação: setembro 5, 2016

Município: Cabaceiras – PB

Ano da Construção: 1870

Localização: Avenida 4 de Junho s/n, centro

Horário de visitações: 9h as 17h.

Arquitetura: arquitetônico neoclássico

O município de Cabaceiras, que preserva boa parte da arquitetura original, apresenta-se como cenário para uma visita dos detalhes de uma Paraíba cabocla. Este espaço está implantado no antigo prédio da cadeia pública da cidade e na antiga residência oficial do prefeito.

Localizado na região central, o Museu é composto por painéis, que contam a história dos moradores e da cidade, e peças artesanais (Arteza). Passou por um processo de restauração onde foi preservada a arquitetura da época e investiu-se na recuperação de peças com valor histórico para o Estado da Paraíba, como a descoberta de inscrições com nomes, datas e até frases nas telhas que cobriam a cadeia, além de vestígios da antiga calçada e de peças artesanais.

As atividades que deram origem ao Museu Histórico e Cultural de Cabaceiras tiveram início no ano de 2003, quando o então prefeito na época, contratou uma equipe coordenada e adjunta com Instituto Histórico e Geográfico do Cariri Paraibano, para fundar em Cabaceiras uma instituição museológica, algo novo no Município. O Museu foi implantado no ano de 2002, através do decreto 039/2002, de 11 de novembro do mesmo ano, que dispunha sobre a implantação da referida instituição.

“Preservação dos registros históricos, paleontológicos, arqueológicos, artísticos, culturais e ambientais, proporcionando aos estudantes, turistas e a população em geral mais um local de referência para ampliação dos conhecimentos” (DECRETO 039/2002 de 11 de novembro de 2002).

A residência do prefeito era um prédio que despertava muita curiosidade por parte da população, mas servia para promover um distanciamento entre o poder executivo e os cidadãos, já que apenas um grupo muito restrito tinha acesso a esta casa.

O espaço abriga a história da caprinocultura, desde a sua aparição na pré-história até os tempos atuais, apresentando toda a cadeia produtiva e sua importância para a economia local, além de atuar como atrativo turístico para o município, e como fonte de pesquisa e estudo. Os artefatos lá expostos são claramente doação de alguns abonados da região. O acervo é formado por utensílios utilizados pelos antigos Índios Cariris, fósseis encontrados na região e objetos doados pela população local. Qualquer item desse museu pode e é ainda utilizado pelas famílias que lá vivem.

A residência oficial do prefeito se compõe de alpendre, sala, cozinha. A indumentária dos criadores de caprinos da região também faz parte do museu totalizando mais de 300 referências ligadas à tradição local.

A apropriação do espaço público faz com que pessoas tidas como comuns, e que antes estavam à margem da sociedade busquem doar peças para museus, desse modo essas famílias ganham notoriedade, passam a constituir a história local, como afirma Barreto (2000) isso faz parte do processo de renovação dos museus de história que fazem ressurgir o homem comum das sombras, tendo em vista que até bem pouco tempo atrás apenas as famílias de elite, as classes dominantes apareciam na história.

Históra do Museu:

O primeiro prédio, a Antiga Cadeia, foi construído por volta da década de 1870, que por muito tempo serviu de prisão para detentos de várias cidades do cariri, sendo até chamado da Bastilha do cariri.

Conta os relatos orais, que no ano de 1910 este prédio foi invadido pelo bando de Antonio Silvino, cangaceiro muito atuante nesse município e redondezas, e que o mesmo ateou fogo na prisão para libertar dois presidiários.  Em relação ao segundo edifício, a antiga residência oficial dos prefeitos, é um casarão que remonta ao início do século XX, com um estilo arquitetônico neoclássico, como a maioria dos prédios do centro histórico da cidade, como o próprio nome diz, abrigou por vários mandatos prefeitos dos mais variados períodos da história cabaceirense.

Muitas pessoas de Cabaceiras remetem nesses locais espaços de recordação do passado, lugares de memória, pois ao visitarem o museu recordam-se de fatos passados ali.

O segundo momento, pelo qual passou o processo de concretização do museu, se deu já no ano de 2003, quando vieram trabalhar na instituição George Gomes e Izabel Castro, estes foram contratados na condição de Historiadores do Museu.

Nessa fase intensificaram-se os estudos acerca das peças, uma vez que as mesmas foram catalogadas nessa época. Foi decidido que o Museu seria chamado de Museu Histórico e Cultural dos Cariris Paraibanos, fincando-se inclusive uma placa com estes dizeres, tendo em vista que as peças do acervo poderiam contar muito bem o cotidiano de quaisquer cidades do Cariri, muito embora as doações fossem apenas de pessoas e famílias cabaceirenses.

Um terceiro e último momento teve início no ano de 2004. Ano este em que o Museu fechou as portas, passando por um período de um ano desativado, sendo o mesmo reativado no dia 1 de agosto de 2005.

Havendo organização das peças, reorganização do acervo dando-lhe o aspecto que ainda hoje apresenta, inclusive a mesma leitura. Outro fato é que a partir de então o espaço da Antiga Cadeia deixou de ser parte integrante do Museu, restringindo este apenas a antiga morada dos prefeitos.

Fontes:

http://www.eca.usp.br/turismocultural/6.Cabaceiras_PB_Magn%C3%B3lia.pdf

https://www.flickr.com/photos/egbertoaraujo/4989569193/in/photostream/

Museu Histórico do Cariri Paraibano, em Cabaceiras – PB

http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/7935/1/PDF%20-%20Luis%20Carlos%20de%20Araujo%20Sousa.pdf

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *