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Data de publicação do verbete: 25/05/2016

Marinês

Foi a primeira mulher a formar um grupo de forró. Recebeu discos de ouro com “A dama do Nordeste" e "Bate coração". Ficou conhecida como “A Rainha do forró e do xaxado”.
Data de publicação: maio 25, 2016

Naturalidade: São Vicente Ferrér – PE

Nascimento: 16 de novembro de 1935 / Falecimento: 14 de maio de 2007.

Atividade artístico-cultural: Cantora

Prêmios: Recebeu o troféu Euterpe no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, como a melhor cantora regional, em 1960; no ano seguinte, o LP “Outra vez Marinês”, lhe rendeu um segundo troféu Euterpe, além de ter obtido o prêmio de melhor vendagem.

Inês Caetano de Oliveira, mais conhecida como “Marinês”, viveu na cidade de Campina Grande – PB. E se consagrou como “A Rainha do forró e do xaxado” com o grupo Marinês e Sua Gente. A música sempre marcou presença Tendo na vida da família, uma vez que o pai de Marinês era seresteiro, e a mãe cantora de igreja.

Aos 10 anos de idade começou a cantar na escola e participar de programas de calouros, em alguns destes, chegou a competir com o então calouro, Genival Lacerda. Para que seus pais não percebessem, a menina acrescentou o nome Maria ao seu nome, porém, o locutor ao anunciá-la, chamou Marinês e esse acabou se tornando seu nome artístico.

Marinês casou-se aos 14 anos com o sanfoneiro e produtor Abdias. Ela dedicou-se aos mais variados ritmos da música brasileira, sendo o forró, baião e o xaxado os mais predominantes.

Em 1949 formou com o marido o “Casal da Alegria”. No ano seguinte, juntaram-se ao zabumbeiro Cacau dando origem ao trio “Patrulha de Choque do Rei do Baião” especializado em realizar apresentações nas praças das cidades onde Luiz Gonzaga iria tocar, interpretando músicas do seu repertório e anunciando sua chegada, nas cidades do interior do Nordeste, trabalho feito espontaneamente.

Seu encontro com o Rei do Baião deu-se na cidade de Propriá, estado de Sergipe, apresentados pelo então prefeito da cidade, Pedro Chaves. Naquela mesma noite fizeram um show juntos. Com o apoio de Luiz Gonzaga, que lhe ensinou o xaxado, a carreira de Marinês ganhou impulso, sendo então batizada de “A Rainha do Xaxado”.

A cantora gravou seu primeiro disco em 1956, lançado no ano seguinte pela Sinter e apresentando-se como Marinês e sua Gente. Gravou na ocasião, a quadrilha “Quadrilha é bom”, de Zé Dantas e o xaxado “Quero ver xaxar”, de João do Vale, Antonio Correia e Leopoldo Silveira Junior. Em 1957, gravou dois grandes sucessos, os xotes “Peba na pimenta”, de João do Vale, José Batista e Adelino Rivera e “Pisa na fulô”, de João do Vale, Ernesto Pires e Silveira Jr, que foram posteriormente regravados por inúmeros artistas.

No mesmo ano, lançou “Xaxado da Paraíba”, de Reinaldo Costa e Juvenal Lopes e o xote “O arraiá do Tibiri”, de João do Vale e Silveira Jr. Em seguida, a convite de Luiz Gonzaga seguiu para o Rio de Janeiro, onde se apresentou junto com o “Rei do Baião” no programa “Caleidoscópio”, na Rádio Tupi. Em 1958 ela gravou de Rosil Cavalcânti os baiões “Aquarela nordestina” e “Saudade de Campina Grande”.

Gravou ainda, de Gordurinha e Wilson de Morais, o baião “Perigo de morte”. No mesmo ano participou do filme “Rico ri à toa”, de Roberto Faria. Em 1959, gravou de Antônio Barros e Silveira Jr. o baião “Velho ditado” e o xote “Marieta”.

Em 1960, gravou da mesma dupla o baião “Mais um pau-de-arara” e o chótis “Balanço da saudade”. No mesmo ano, transferiu-se para a RCA Victor, onde lançou, de Reinaldo Costa e Juvenal Lopes, o xote “Viúva nova” e, de Onildo Almeida, o xaxado “História de Lampeão”. Gravou ainda, de Zé Dantas e Joaquim Lima, a polca “Chegou São João”.

Em 1961, gravou os cocos “Gírias do Norte”, de Jacinto Silva e Onildo Almeida e “Cadê o Peba”, de Zé Dantas. No mesmo ano, gravou a moda de roda “Marinheiro”, de motivo popular com arranjos de Onildo Almeida e o coco de roda “No terreiro da Usina”, de Zé Dantas.

No ano de 1962, ele gravou de Onildo Almeida, as modas de roda “Siriri, sirirá” e “Meu beija-flor”. No mesmo ano, gravou de João do Vale e José Batista o xote “Xote de Pirira” e de João do Vale e Oscar Moss, o coco “Gavião”.

Em 1963, gravou as modas de roda “Balanceio da usina”, de Abdias Filho e João do Vale, e “Pisei no liro”, de Juvenal Lopes. No mesmo ano, gravou, de João do Vale e B. de Aquino, o xote “Xote melubico” e o baião “Macaco véio”. Posteriormente, em 1984 apresentou-se em diversos shows em teatros da periferia do Rio de Janeiro dentro do projeto Pixinguinha, além de fazer participações especiais em discos do conjunto The Fevers e de Zé Ramalho.

Lançou em 1986 o LP “Marinês e sua Gente – Tô chegando”, com a participação especial de Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jorge de Altinho. Com Luiz Gonzaga, interpretou “Tá virando emprego”, de Luiz Gonzaga e João Silva, com Dominguinhos – “Agarradinho”, de Michael Sullivan e Paulo Massadas, e com Gilberto Gil – “Doida por uma folia”, do próprio Gil e “Quatro cravos”, de Jarbas Mariz e Cátia de França, e com Jorge de Altinho – “Jeito manhoso”, de Nando Cordel.

Em 1987, gravou pela RCA Victor o LP “Balaio de paixão”, interpretando, entre outras, as composições “Tô doida pra provar do teu amor”, de Nando Cordel, “Fulô da goiabeira”, de Anastácia e Liane, “Novinho no leite”, de Nando Cordel e “Feitiço”, de Jorge de Altinho. Em 1988 estreou na Continental com o disco “Feito com amor”, onde regravou sucessos dedicados as festas juninas. Recebeu discos de ouro com “A dama do Nordeste” e “Bate coração”.

Gravou diversas músicas consideradas apimentadas e que mexeram com a moral da época, como “Peba na pimenta” e “Pisa na fulô”, de João do Vale, “Cadarço de sapato”, “Xote da Pipira” e “Viúva nova”, entre outras.

Devido a essas gravações, chegou a ter problemas com os meios católicos do país, tendo ocorrido casos de padres que durante as missas pediam aos fiéis para não comprarem seus discos, como foi o caso de “Peba na pimenta”.

Com a separação do marido e produtor Abdias, ficou alguns anos sem gravar; ainda sim, lançou cerca de 30 discos, entre 78 rpm, LPs e CDs. Dentre os seus LPs : “Nordeste valente”, “Balaiando” e “Cantando pra valer”. Em 1995, lançou o CD “Marinês cidadã do mundo”.

Ainda nos anos 1990, participou do disco de forró lançado por Raimundo Fagner. Em 1998, com produção da cantora Elba Ramalho, lançou pela BMG o CD “Marinês e sua Gente”, contando com a participação de importantes nomes da Música Popular Brasileira contemporânea, quase todos do Nordeste. Uma das faixas de destaque é o dueto com Alceu Valença em “Pelas ruas que andei”, do cantor e compositor pernambucano. No mesmo ano, a Copacabana/EMI lançou uma coletânea de seus sucessos remasterizados na série “Raízes Nordestinas”.

Foi a primeira mulher a formar um grupo de forró. Em 2000 teve CD lançado pela BMG dentro da série “Eu só quero um forró”, no qual contou com as participações especiais de Gilberto Gil na música “Quatro cravos” e Alceu Valença em “Pelas ruas que andei”.

Faleceu em 2007, aos 71 anos, vítima de um acidente vascular cerebral que foi acometida um mês antes de sua morte.

Fontes:

http://www.cantorasdobrasil.com.br/cantoras/marines.htm

http://www.letras.com.br/#!biografia/marines

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL36900-5598,00-CANTORA+MARINES+E+ENTERRADA+EM+CAMPINA+GRANDE.html

http://ongmarines.blogspot.com.br/2012/02/biografia-breve.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Marin%C3%AAs

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