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Data de publicação do verbete: 21/10/2019

Mamanguape

Município localizado na mesorregião da Mata Paraibana, tem sua origem inserida no processo de conquista da Paraíba, marcada por embates entre o colonizador e a população indígena potiguara.
Data de publicação: outubro 21, 2019

Município: Mamanguape-PB

Localização: Mesorregião da Mata Paraibana

Data de Emancipação Política: 25 de outubro de 1855

Distância da capital:  42,2 Km

Área Territorial:  349 km²

Limites Geográficos Municipais: Curral de cima, Itapororoca, Jacaraú e Mataraca 

População: ( 44.882 habitantes IBGE/2010)

Gentílico:  mamanguapense

Clima: Tropical Chuvoso com verão seco

Altitude: 35 m

Bacia Hidrográfica: Rios Mamanguape e Camaratuba

Vegetação:  Floresta Subperenifólia, com partes de Floresta Subcaducifólia e Cerrado/ Floresta

 

 

História

A origem de Mamanguape se insere no processo de conquista da Paraíba, notadamente marcada por embates entre o colonizador e a população indígena potiguara. Em 20 de novembro de 1585, Martim Leitão e o capitão João Tavares em expedição atravessaram o rio Mamanguape em direção à Baía Traição, onde ao encontrar os Potiguara travaram luta sangrenta, porém conquistando a terra.

Mamanguape tem sua origem a partir de aldeamentos indígenas. Apesar da posse formal da terra por Martim Leitão, atritos entre lusitanos e indígenas eram constantes, o que motivou a construção da aldeia Monte-Mor. O povoado de Mamanguape que tinha como sede a Vila Monte-Mor, localizava-se às margens do Rio Mamanguape e prosperou muito economicamente, pois possuía condições naturais muito favoráveis, a saber: água em abundância, rios propícios a navegação (rios Mamanguape e Camaratuba), solo fértil e o pau-brasil. O topônimo Mamanguape é uma corruptela do tupi mamã-guape, que significa “onde se reúne para beber, no bebedouro”. Nome dado pelos índios ao Rio Mamanguape, que por sua vez deu nome a nossa cidade.

Mamanguape, que foi aldeia e vila, foi elevada à categoria de cidade pela Lei n0 1 de 25 de outubro de 1855, sancionada pelo Dr. Flávio da Silva Freire (Barão de Mamanguape). Segundo Rodrigues (2008: p.45): Já em 1855, Mamanguape, dada sua importância econômica, figurou em primeiro lugar entre os municípios paraibanos nas exportações de seus produtos (…).

Entre 1850 e 1900 Mamanguape atinge seu maior esplendor, tornando-se depois da Capital paraibana a cidade mais rica da província. Possuía uma aristocracia rural muito promissora, ruas calçadas e iluminadas a lampião de azeite, comércio pujante de tecidos finos e mercadorias importadas, sobrados ornados com azulejos, famílias portuguesas e italianas e uma sociedade que se inspirava nos hábitos franceses.

Em 1859, mais precisamente em 27 de dezembro de 1859, D. Pedro II, imperador do Brasil, e sua comitiva de duzentas pessoas chegam à Mamanguape. A cidade os recebeu festivamente, sendo agraciado com as chaves da cidade e em seguida foi hospedado na casa do Dr. Antonio Francisco de Almeida Albuquerque (onde hoje funciona o Paço Municipal).

Vossa alteza visitou ainda alguns lugares durante sua visita ao florescente município, conforme nos explicitam Andrade e Vasconcelos (2005:p.87): O Imperador se dirigiu à Igreja Matriz. Observou as imagens de madeira, lustres de baracá, a grande lâmpada de prata do sacrário e as tribunas pertencentes aos senhores de engenhos e comerciantes abastados (…). Em seguida, visitou a Igreja do Rosário, construída por negros escravos, e a cadeia pública. Procurou saber do tratamento que os presos recebiam, a qualidade dos alimentos, a higiene, o trabalho e o lazer. Esteve na Casa da Câmara, e dirigiu-se à escola primária de maior frequência. Ficou orgulhoso da turma, 55 matriculados, 42 presentes e 15 em aulas de Latim, (…) admirou-se com as aulas de latim em uma escola primária (registrou em seu diário).

Quando regressou à Corte, o Imperador agraciou o Dr. Flávio Clementino da Silva Freire com o título de Barão de Mamanguape. Mamanguape foi um das principais núcleos econômicos e populacionais da Paraíba no século XIX.

Sua economia dependia quase exclusivamente da indústria da sacarose exportadora. Com a decadência deste setor, causada tanto por fatores internos (perca da mão-de-obra escrava, decadência do porto de Salema, principal ponto de transações comerciais e a construção da estrada de ferro que mudou a rota comercial para o brejo paraibano), quanto por externos (concorrência com o açúcar caribenho), levou a estagnação econômica deste pólo ao longo do século XX.

A partir de 1924 a condição econômica passa a ser retomada com a Fábrica de Tecidos Rio Tinto, no distrito de Rio Tinto, e em 1940 a instalação da Usina Monte Alegre, no Vale do Mamanguape. Em 1953, a instalação da Agência Caixa Econômica e o abastecimento d’água. Em 1958, a Maternidade Nossa Senhora do Rosário e a iluminação da cidade, com o uso de energia elétrica. Em 1970, a BR 101, ligando João Pessoa – Mamanguape – Natal. A instalação de agências bancárias e Destilarias como Miriri.

Assim a cidade outrora abandonada e considerada decadente ressurge ‘das cinzas’, de acordo com Costa (2005: p. 49): “É o Mamanguape de hoje, que ainda não readquiriu o estágio da importância que tinha no passado, mas nos dá o presente testemunho que está lutando por seu antigo ‘status”.

Fontes: 

 

CPRM – Serviço Geológico do Brasil Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Mamanguape. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005

 

https://www.mamanguape.pb.gov.br/historia/

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/mamanguape/panorama

https://www.cidade-brasil.com.br/municipio-mamanguape.html

http://fnembrasil.org/regiao-metropolitana-de-mamanguape-pb/

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