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Data de publicação do verbete: 11/11/2016

Luciene Soares

Primeira mulher poetisa a fazer parte da Academia Paraibana de Literatura de Cordel. Filha do poeta pernambucano Severino Dias.
Data de publicação: novembro 11, 2016

Naturalidade: Santa Rita – PB

Nascimento: 23 de dezembro de 1963

Atividade artístico-cultural: Poetisa

Facebook: https://www.facebook.com/luciene.soares.921

Maria Luciene Soares Costa da Silva é a primeira mulher poetisa a fazer parte da Academia Paraibana de Literatura de Cordel. A adesão foi realizada em 2014. É filha do poeta pernambucano Severino Dias.

O interesse pela arte das palavras surgiu ao observar o duelo de repentistas que seu pai realizava em sua casa. Começou sua trajetória poética escrevendo em comunidades de Cordel na rede social Orkut. Para Luciene, a poesia é como a fala da alma, a fotografia da beleza e da simplicidade. A poetisa faz do campo e da cidade seus universos de pesquisa.

Luciene Soares teve influência do pai, como expressa nos cordéis que escreve. A poetisa também permeia o mundo do soneto. Mas é na Literatura de Cordel onde demonstra toda sua habilidade literária. Sua arte já foi estudada por alunos de Biblioteconomia, a exemplo do poema “Rua singela”.

A relação de Luciene com a poesia é mais reservada. “Escrevo sem a pretensão de ser divulgado, como forma de expressar meus sentimentos, situações do cotidiano”, explicou.

As influências literárias de Luciene Soares vão desde a cultura popular nordestina até os textos de Gabriel García Márquez, como na obra “Cem anos de solidão”. Apesar de não ser atuante, o talento para poesia é visível, com uma linguagem agradável, leve e ao mesmo tempo intimista.

 

Você nunca vai cantar do jeito que estou cantando

 

O meu repente pesado

Vate ruim não suporta

Deixo sua rima torta

E bato por todo lado

O cabra desesperado

Pede clemência chorando

A surra que está levando

Faz a plateia vibrar

Você nunca vai cantar

Do jeito que estou cantando

 

Para desbancar meu nome

Sei que não tem competência

Faltoso de inteligência

Muito capim você come

E assim que mata a fome

Logo fica ruminando

Chega aqui relinchando

Pensando que isso é versar

Você nunca vai cantar

Do jeito que estou cantando

 

Eu canto os grandes rios

E também canto os mares

O brilho de mil luares

Canto os ventos bravios

Açoitando os navios

Canto a manhã despontando

Canto a flor desabrochando

Corra se não aguentar

Você nunca vai cantar

Do jeito que estou cantando

 

Sou rainha do parnaso

Outro aqui não tem vez

Desmancho tudo o que fez

Com o seu verso arraso

Sua fama vai pro ocaso

Eu aqui fico reinando

E você me bajulando

Com medo de apanhar

Você nunca vai cantar

Do jeito que estou cantando

 

Rua singela

 

Aquela rua singela

De chão de pedra e areia

Cai a chuva e serpenteia

Desenhando sulcos nela

Não é bem rua, é viela

De velhas casas pequenas

Em suas tardes morenas

As crianças a brincar…

Nem vê que estou a pintar

Um quadro com estas cenas

 

Fontes:

https://pccn.wordpress.com/2014/10/22/poetisa-de-itabaiana-e-a-primeira-mulher-aceita-na-academia-paraibana-de-literatura-de-cordel/

http://parnasodosam.blogspot.com.br/

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2267632

http://parnasodosam.blogspot.com.br/

Inventário/Entrevista/Sara/Gomes/Paraíba/Criativa/Luciene/Soares

 

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