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Data de publicação do verbete: 16/09/2015

José Dumont

Ator paraibano premiado nacional e internacionalmente. Em 2005, ganhou biografia (José Dumont - Do Cordel às Telas, de Klecius Henrique).
Data de publicação: setembro 16, 2015

Naturalidade: Bananeiras-PB

Nascimento: 01 de julho de 1950

Atividade artístico-cultural: Ator

Prêmios: No Festival de Gramado já foi premiado como melhor ator coadjuvante no ano de 1980 com o filme Gaijin – Os Caminhos da Liberdade que recebeu cinco troféus; melhor ator em 1981 com o filme O Homem que Virou Suco; e melhor ator em 1984 com o filme O Baiano Fantasma; melhor ator em 1985 com o filme A Hora da Estrela; melhor ator em Kenoma 1998 todos no Festival de Brasília; melhor ator por Narradores de Javé no Festival do Rio de 2003 e Recife Cine PE 2003. Possui também um prêmio internacional de melhor ator coadjuvante no Festival de Miami com o filme Kenoma. Além de vencer em Biarritz, na França e no Festival de Cinema e Cultura da América Latina.

O ator paraibano José Dumont é um daqueles raros exemplos de talento nato. Dumont era um garoto muito pobre vivendo numa família extremamente humilde. Passou fome, como muitos de seus conterrâneos nordestinos. Ele aprendeu a ler e a escrever praticamente sozinho graças à música popular regional e à literatura de cordel que via em uma feira próxima a sua casa.

Mais tarde, ele fez o curso primário e chegou até a 6ª série. Não pôde prosseguir por causa da vida de extrema pobreza. Brincalhão, costuma dizer que, de tão pobre, sua família fazia parte da classe miserável C, porque pobre ele é hoje.

Mas, não pense que Dumont parou de estudar no primário e ficou nisso. Antes de iniciar sua carreira artística bem-sucedida serviu ao Exército e a Marinha Mercante na década de 1960.

Em 1972, José Dumont deixou a Paraíba para tentar ser marinheiro em Santos-SP, depois de concluir um curso na Marinha Mercante, como não conseguiu embarcar ficou em São Paulo e trabalhou como carteiro durante dois anos e pouco. Dumont argumenta “Tenho um caminho do migrante comum. Minha história é como a de qualquer outro migrante, que vem para a cidade grande tentar escapar da miséria”.

Como vivia isolado, solitário na cidade grande, em um contexto cultural bem diferente do seu, começou a frequentar a noite paulistana em busca de boas companhias e de amigos. Em um determinado dia, quando foi assistir a uma peça de teatro, sem que planejasse, travou amizades com pessoas do meio artístico. Por isso, foi convidado a participar de um espetáculo que iriam encenar. Aceitou, sem saber que começava, naquele momento, sua carreira de ator.

O ator relembra “Era uma peça de autoria do cearense Aroldo Serra, chamada O Morro do Ouro. Uma história de fundo social, que se passava em uma favela de Fortaleza. Igual a qualquer morro do Rio, só que em um contexto de quase 30 anos passados (1974/1975). Acabei fazendo o personagem porque tinha a ver com o meu tipo físico, com a minha cara, as marcas emocionais que, ao longo da vida, foram impressas em mim”.

Sem curso superior de cinema, teatro ou em qualquer outra área do saber, Dumont não tinha nenhuma atuação ou histórico teatral para oferecer ao grupo. Mas, sim, um lastro cultural de vivência muito grande dentro do contexto que seria apresentado. Na mesma época, a TV Globo decidiu fazer um programa especial para a televisão, nos moldes de caso verídico e, exatamente por isso, teria que ser veiculado em São Paulo, com um ator desconhecido. Foi assim que o encontraram. Novamente o seu lastro cultural, o aspecto emocional e sua própria face serviram de depoimento.

A partir daí sua carreira começou a tomar forma. O ator em 1976 participou do filme “O Sonho, Caso Especial”, de Gianfrancesco Guarnieri, a partir de então não parou mais, e participou de peças de teatro, novelas e 30 filmes, entre eles: Lúcio Flávio — O Passageiro da Agonia, Gaijin, O Homem Que Virou Suco, O Baiano Fantasma, Avaeté, Tigipó, A Hora da Estrela, Brincando nos Campos do Senhor, Kenoma e Abril Despedaçado.

Foi convidado por Zelito Viana para um trabalho artístico, e abandonou seu emprego de carteiro e mudou para o Rio de Janeiro a fim de filmar Morte e Vida Severina. Um documentário-drama, que tinha como pano de fundo, os poemas de João Cabral de Melo Neto.

Tanto talento fez com que em menos de um ano de carreira, ele fosse um dos atores mais requisitados de sua geração e sendo também um dos mais premiados tendo também destaque internacional.

José Dumont lê muito e procura se informar. Está sempre inquieto e com um olhar aguçado para o mundo, que segundo ele o ajuda a aprender a vida. Absolutamente crítico, fala sem rodeios sobre o massacre que a cultura popular, democrática e nacional sofreu a partir da ditadura.

Em 2005, ganhou biografia (José Dumont – Do Cordel às Telas, de Klecius Henrique) lançada no festival de cinema de Gramado (RS). O livro revela que o ator paraibano tem sobrenome afrancesado por um “capricho” de cartório: seu pai se chamava Severino do Monte.

Filmografia

Televisão

2020- Nos Tempos do Imperador – (Coronel Eudoro Villar)

2019- Segunda Chamada- (Sílvio Alves Oliveira)   

2018- Onde Nascem os Fortes- (Tião das Cacimbas)   

2017- Sob Pressão- (Valdo Cruz)

2016 – Velho Chico- (Zé Pirangueiro)

2015 – I Love Paraisópolis- (Expedito Rufino)

2014- Milagres de Jesus- (Job)

2013- Dona Xepa- (Esmeraldino Losano / Rubinato)   

2012- O Milagre dos Pássaros-( Coronel Lindolfo Ezequiel Caxias)

Especial de fim de ano- Fora de Controle Moacir Alves (Macieiro)   

2010- Ribeirão do Tempo- (Romeu Fulgêncio)   

2008- Os Mutantes: Caminhos do Coração- (Teófilo Magalhães) (Téo)

2007 – Caminhos do Coração

             Luz do Sol- (Fausto Matias)   

2006 – Cidadão Brasileiro- (Alcides)   

2005 – América – (Carlos Manuel de Andrade) (Bóia)

1999- Terra Nostra- (Ronaldo Batista)

1997- Mandacaru- (Terto Paulo Munhoz) (Teco)

1995 – Tocaia Grande- (Nero Godoy) (Né Cachorrão)

1993  –  Guerra sem Fim- (Fernando) (Penteado)

1991- Amazônia- (Raimundo)   

1990 –  A História de Ana Raio e Zé Trovão- (Manoel Pereira )(Mané Coxo)   

           Rosa dos Rumos- (Antenor)

           Pantanal- (Gilberto Marruá)(Gil)   

1988- Olho por Olho- (Dr. Eurípedes Peçanha)

1987 – Carmem- (Aluísio)

1985 –  Grande Sertão: Veredas- (Zé Bebelo    )

    De Quina pra Lua- (Cróvis / Peixoto    )

1984-  Corpo a Corpo- (Darcy)

            Padre Cícero- (Governador Franco Rabelo)

1983 –Fernando da Gata- (Fernando da Gata)   

    Bandidos da Falange- (Valdir)   

1982 – Lampião e Maria Bonita- (Tenente Zé Rufino)

1981Morte e Vida Severina- (Severino de Maria)

1979 – Carga Pesada- (Caminhoneiro)   

 

Cinema

2017Tungstênio  (Seu Ney)

2016- Era o Hotel Cambridge- (Apolo)

2014 – Trash – A Esperança vem do Lixo-( Carlos)

2012- A Hora e a Vez de Augusto Matraga- (Padre Zequiel)

2009-  O Sonho de Inacim- (Miguel)

2005- 2 Filhos de Francisco- (Miranda)

           Cidade Baixa- (Sergipano)

2004 – Irmãos de Fé- (Tiago, o Justo)

            O Último Raio de Sol

            Olga- (Manuel)

            Onde Anda Você- (Jajá)

            Árido Movie- (Zé Elétrico)

Fontes:

http://www.paraibatotal.com.br/a-paraiba/cultura/personalidades/jose-dumont

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Dumont

http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Jos%E9+Dumont&ltr=j&id_perso=375

http://www.anovademocracia.com.br/no-5/1283-o-realismo-popular-de-jose-dumont

http://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-2930/filmografia/melhores/

http://www.epipoca.com.br/gente/biografia/79050/jose-dumont

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