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Data de publicação do verbete: 16/09/2015

Genival Lacerda

Cantor e compositor que se destacou por sua excentricidade e irreverência. Principais sucessos: Severina Xique Xique; De quem é esse jegue? E Radinho de Pilha.
Data de publicação: setembro 16, 2015

Naturalidade: Campina Grande-PB

Nascimento: 15 de abril de 1931// Falecimento: 07 de janeiro de 2021( Recife-PE)

Atividades artístico-culturais: Cantor e compositor

Estilo Musical: Forró, xote, baião e xaxado.

Genival Lacerda é um cantor que se destaca por sua excentricidade, e irreverência. Seus principais sucessos foram “Severina Xique Xique”, “De quem é esse jegue?” e “Radinho de Pilha”. Sua carreira começou na Região Nordeste, e durante todos os anos de vivência na música ele gravou 70 discos.

Representante do forró escrachado, suas letras de duplo sentido levaram sua música a ser conhecida como “pornoxote” ou “pornoxaxado”, apesar de suas composições, na maioria, situarem-se entre o coco e o rojão, gêneros básicos de sua maior influência, Jackson do Pandeiro.

Começou sua carreira na década de 1950, ao mudar-se para Recife. Em 1956 lançou pela gravadora Mocambo o seu primeiro disco interpretando o “Coco de 56” de sua autoria e João Vicente, e o xaxado “Dance o xaxado” de sua autoria e Manoel Avelino. Em 1957, gravou de Antônio Barros o Rojão “Dança do bombo” e o coco “Balança o coco”.

Em 1961 gravou de Rosil Cavalcanti a moda de roda “Noé, Noé” e o “Coco de roda”. Em 1962 gravou a moda de roda “Vasante da maré” de sua autoria e Antônio Clemente e o “Coco de cajarana” de sua autoria e Jacinto Silva. No mesmo ano adaptou com Antônio Clemente o coco “Mariá” de motivo popular e compôs com Rosil Cavalcanti o coco “O delegado deu ordem”. Em 1963 gravou de sua autoria e Antônio Clemente o coco “Cajueiro abalou” e o arrasta-pé “Tomaram o meu amor” de sua autoria, adaptando uma moda popular.

Em 1975 gravou com enorme sucesso “Severina xique-xique”, que fez parte do LP “Aqui tem catimberê”. Graças a essa composição de sua autoria e João Gonçalves, vendeu cerca de 800 mil cópias e tornou-se figura certa em todos os programas de TV. Em 1976 lançou pela Copacabana o LP “Vamos Mariquinha”, interpretando, entre outras, “É aí que você se engana” de sua autoria e João Gonçalves, “Forró da gente” de Onildo Almeida, “Sanfoneiro alagoano” de Brito Lucena, “Eu preciso namorar” de Gordurinha e “A mulher da cocada” de sua autoria e João Gonçalves. No mesmo ano, gravou pela Polyfar, outro LP com seu nome como título, onde registrou, entre outras, “Esse coco é bom” de sua autoria e Genival Santos, “Ninguém vive sem amar” de Juarez Santiago, “Quero me casar” de Gordurinha e “Chegue mais pra cá”, em parceria com Francisco Azulão.

Em 1977, lançou o LP “O homem que tinha três pontinhos”, no qual interpretou de Cecéu e Graça Góis “Gente quase boa”, “Mamã” e “Segure a cabra” e de sua autoria e Luiz Santa Fé “O homem que tinha três pontinhos” e “Sacolejando”. Em 1979 gravou o festejado disco “Não Despreze o Seu Coroa” que tem entre seus sucessos o “Rock do Jegue”, de Célio Roberto e Bráulio de Castro. Em 1985 lançou pela RCA o LP “Caldinho de mocotó”.

No ano de 1987 gravou com grande sucesso o LP “A fubica dela”, pela RCA com arranjos e regência de Sivuca e com a participação dos músicos Sivuca e Dominguinhos no acordeom e Coroné, integrante do Trio Nordestino na zabumba. Desse disco destacaram-se as composições “É nóis aqui forrumbando” dele e Accioly Neto, “A cobra de camelô” com João Gonçalves, “Fio dental” dele e Jorge de Altinho e “Seu amor é mesmo um doce”, em parceria com Cecílio Nena.

Alguns de seus maiores sucessos foram “Radinho de pilha” de Namd e Graça Góis, posteriormente regravado pelo conjunto de rock “Camisa de Vênus”, “Tem pouca diferença” de Durval Vieira, que ele gravou acompanhado pelo grupo Capital do Sol e “Mate o véio, mate”.

Em 1999, participou do disco “Marinês e sua gente – 50 anos de forró”, cantando ao lado de Marinês o “Forró do beliscão”, de Ary Monteiro, João do Vale e Leôncio. Em 2000 lançou, pela gravadora CID, o CD “Genival Lacerda ao vivo”, em comemoração aos seus 50 anos de carreira, contando com as participações especiais de Dominguinhos e de Osvaldinho do Acordeom, e de Durval Pereira, no zabumba, em show realizado na casa de espetáculos “Coringa” em São Paulo. No CD estão presentes grandes sucessos de sua carreira, entre os quais “Severina Xique Xique”, “Radinho de pilha”, “Mate o véio” e “Caldinho de mocotó”.

Em 2004, foi homenageado pelos mais de 50 anos de carreira, cantando com com a cantora Clemilda, durante o IV Fórum de Forró de Aracaju no Teatro Atheneu. Na ocasião realizou um concorrido show durante o evento. Em 2008, fez uma turnê pelos principais centros do forró nordestino, dentre os quais Aracaju, Caruaru, João Pessoa e Juazeiro. Essa turnê deu origem, no mesmo ano, a um documentário “É tudo verdade – O Rei da Munganga”. O filme, que acompanha Genival na sua mais recente viagem pelo nordeste, teve produção, roteiro e direção de Carolina Paiva, e contou com a participação especial da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado da Paraíba, que acompanhou o cantor em algumas músicas. Durante o documentário, que foi dedicado à memória de Marinês, são tocados sucessos como “Severina Chique-Chique”, do próprio Genival Lacerda; “Maristela”, de Pinto do Acordeon; e “Minha origem”.

Em 2010 lançou um novo trabalho em comemoração aos 60 anos de forró, no qual uma das faixas, “O Chevete da Menina”, conta com a participação de Ivete Sangalo. O disco conta ainda com participações especiais de Zeca Pagodinho, Chico César, Adelmário Coelho, Dominguinhos e João Lacerda, seu filho e herdeiro musical. “Hoje, só faço é abrir a boca. Meu filho cuida de tudo pra mim”.

Ao longo da sua sólida carreira de forrozeiro, Genival Lacerda teve 77 discos gravados até 2010, sendo 49 em vinil e 28 CDs. São discos de um forró alegre, irreverente, dançante e de fácil apego popular. O alto nível artístico das suas produções ficou por conta também dos excelentes arranjadores e músicos que se fizeram presentes nas suas gravações, gente do nível musical de Martins da Sanfona, Sivuca, Dominguinhos e Oswaldinho.

No papel de compositor Genival Lacerda marcou presença com a música “Boca do Mundo”, uma parceria dele com Severino Ramos, retirada do seu LP “Não Despreze o Seu Coroa”, de 1979. Depois, a música “A Filha de Mané Bento”, outra parceria dele, mas desta vez com João Gonçalves, retirada do CD que traz a regravação desta música, que foi o comemorativo dos seus 60 anos de forró. Tinha 79 anos quando gravou esse disco, porém a voz ainda se apresentou satisfatória para um homem da sua idade. Nesse sentido, pode-se dizer que ele é o João Gilberto do forró.

Genival Lacerda faleceu dia 07 de janeiro de 2021, aos 89 anos de idade, em Recife-PE, por complicações da Covid-19.

Discografia:

(2015) Brasil Popular (CD); (2012) Canta Luiz Gonzaga (CD); (2010) 60 Anos de Forró com muita alegria (CD); (2007) Se Não Fosse O Forró – Xique Xique Music (CD); (2007) Maristela – MD Music (CD); (2007) Ao Vivo No Parque Do Povo Em Campina Grande (CD); (2000) Genival Lacerda ao vivo (CD); (1998) Tributo a Jackson do Pandeiro – RGE (CD); (1997) O Photografo – RGE • CD; (1996) O brinquedo da menina – RGE (CD); (1995) Forró Dance by Genival Lacerda – Pardadoxx Music (LP/K7/CD); (1992) O Rambo Do Sertão – Continental (LP); (1991) Aqui só tem forró – Continental (LP); (1990) Negócio da China, com aquilo! – Continental (LP); (1989) Ripa Na Chulipa – Continental (LP); (1988) Galeguim do zoi azu – Continental (LP); (1987) A fubica dela – RCA (LP); (1986) Hot-Dog Baiano – RCA Camden (LP); (1985) Caldinho de mocotó – RCA (LP); (1984) Troque as pilhas, só não mate o véio – Copacabana (LP); (1983) Presente De Nordestino – Copacabana (LP); (1982) Genival Lacerda – Copacabana (LP); (1981) Me Dê O Gravador – Copacabana (LP); (1980) O rei da munganga {compilação} – Sinter – (LP); (1980) As Riquezas Do Brasil – Copacabana (LP); (1979) Genival Lacerda – Chantecler (LP); (1979) Não Despreze Seu Coroa – Copacabana (LP); (1978) Cabeça Chata – Som (LP); (1977) O homem que tinha três pontinhos – Copacabana (LP); (1976) Vamos Mariquinha – Copacabana (LP) (1976) Genival Lacerda {compilação} – Polyfar (LP); (1975) Aqui tem catimberê (LP); (1974) Ralador de Coco (O Bom) – Tropicana/CBS (LP); (1973) Tomaram Meu Amor – {78 rpm compilação} – Rosemblit (LP); (1972) Mungangueiro pra daná nº2 – Fontana (LP); (1971) Mungangueiro Aloprado – Fontana (LP); (1970) O “Senador” Do Rojão – Mungangueiro Pra Daná – Fontana (LP); (1970) Genival Lacerda e Lúcio Mauro – As trapalhadas de Cazuza e Seu Barbalho – Música! Alegria! Humorismo! – Fontana (LP); (1969) Eu Sou Assim – Chantecler (LP); (1968) O Senador Do Rojão – Chantecler (LP); (1966) Este é O Cobra Do Norte – Polydor (LP); (1965) Meu Nordeste – Audience / Tropicana (LP); (1964) O Rei Da Munganga – Continental (LP); (1963) Cajueiro abalou/Tomaram o meu amor – Mocambo (78); (1962) Noé, Noé/Coco de roda – Mocambo (78); (1962) Vasante da maré/Coco da cajarana – Mocambo (78); (1962) Salve Cosme e Damião/Rei do cangaço – Mocambo (78); (1962) Mariá/O delegado deu ordem – Mocambo (78); (1962) Forró de Zé Lagoa/Maria de Belém – Mocambo (78); (1961) Rojão nacional/Eu vou pra Lua – Mocambo (78 + Copacto Duplo); (1957) Dança do bombo/Balança o coco – Mocambo (78) e (1956) Coco de 56/Dance o xaxado – Mocambo (78).

Filmografia

Foliar Brasil (2011)

O Rei da Munganga (2009) – Documentário

Beijo 2348/72 (1990)

Made in Brazil (1985)

Vamos Cantar Disco Baby (1979)

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Genival_Lacerda

http://www.itaberabanoticias.com.br/famosos/biografia-genival-lacerda

http://www.overmundo.com.br/overblog/genival-lacerda-80-anos-de-idade-e-61-de-forro

http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Genival+Lacerda&ltr=g&id_perso=690

https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2021/01/genival-lacerda-morre-aos-89-anos-vitima-da-covid-19.html

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