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Data de publicação do verbete: 09/11/2015

Duílio Cunha

Ator, Diretor e Professor de teatro. Em seu currículo alguns autos natalinos e paixões de Cristo, Natal Mambembe (2008), Auto da Paixão (2005), entre outros.
Data de publicação: novembro 9, 2015

Naturalidade: Pilões – PB.

Nascimento: 1978

Atividades artístico-culturais: Ator, Diretor e Professor de teatro

Prêmios: Festivais e Mostras de teatro como, por exemplo, na XII Mostra Estadual de Teatro e Dança da Paraíba que rendeu a Duílio o prêmio de melhor ator, além dos prêmios de melhor espetáculo, figurinos, maquiagem, direção e atriz coadjuvante.

Principais apresentações: Espetáculos, “Meninos de Rua” (1991), “Angústias do Povo” (1992), “Ela, a rua e eu” (1992), “Negros” (1994) e “Sangue na Terra” (1995), projeto, “Quero Educação para ser Cidadão” (1995), “Pai do Mangue” (1997), “Bailes, Bandeiras e Folias” (2001), também no mesmo ano assinou a montagem do espetáculo “As Velhas”. Por fim, em 2003, “Cidadão de Papel” e “A Lenda do Boi Estrela” em 2004.

Duílio Pereira da Cunha começa a construir a sua relação com o universo teatral na infância, onde (sua memória ainda guarda) as cantigas de roda, os jogos, as apostas e o faz-de-conta. Faziam do quintal da vizinhança um espaço lúdico. Por essa época a criatividade do menino Duílio se evidenciava nas participações em festivais de talento e na dublagem/dramatização de contos infantis.

Tempos depois reencontra o teatro na comunidade católica. É quando descobre que o teatro pode ter uma função a mais que o puro divertimento: a discussão no âmbito político-social. Nesse contexto, contribui para a criação do Grupo de Teatro Popular Mairarte, onde começou sua carreira artística em 1991, no bairro Padre Zé, já na capital paraibana com o qual montou quatro espetáculos: Meninos de Rua (1991), Angústias do Povo (1992), Negros (1994) e Sangue na Terra (1995). Eram peças, apesar da ausência de um rigor técnico, providas de uma criatividade e de uma “intuição” do fazer teatral que lhes rendeu alguns prêmios em festivais e mostras de teatro.

Essa experiência com o popular/social se estendeu até depois de 1995, quando passou a coordenar as atividades de teatro da organização não-governamental Projeto Beira da Linha. Alguns pontos no início de sua carreira – como o uso de elementos da cultura popular, por exemplo, que até hoje caracteriza seu trabalho, já estavam nos espetáculos que montou durante os sete anos em que participou do projeto: Quero Educação para ser Cidadão (1995), Pai do Mangue (1997), Bailes, Bandeiras e Folias (2001), Cidadão de papel (2003) e A Lenda do Boi Estrela (2004), com texto de João das Neves.

Duílio ao mesmo tempo busca à sua atuação nas comunidades e o amadurecimento profissional junto à Escola Piollin. É lá que, pela primeira vez, une o fazer intuitivo a um processo técnico de descoberta da linguagem teatral, quando participa como ator da montagem do espetáculo “Ela, a rua e eu” (1992), escrito e dirigido por Ângelo Nunes. A peça também é premiada em vários festivais.

Em 1995 é fundado o Grupo de Teatro Contratempo, fruto de uma série de oficinas e estudos sobre a arte de Duílio, estando o mesmo Ângelo Nunes à frente. No ano seguinte estreia primeiro espetáculo do grupo, Drama das Almas (1996), a partir de fragmentos poéticos de Fernando Pessoa e de Emma Goldman. De ordem performática, prescindindo de uma dramaturgia formal, esse exercício representa uma nova etapa para a experiência de ator, que há bem pouco tempo era ancorada no trabalho psicológico das personagens.

Em 1997, o processo de montagem de “Não se incomode pelo carnaval” aproximou o ator do trabalho do encenador, quando ele assume a assistência de direção de Nunes. Essa experiência ajudaria na empreitada que ele veio a assumir algum tempo depois: a montagem do espetáculo “As Velhas (2001)”, que já vinha em processo quando Nunes, então diretor, morre em um acidente de carro.

Apesar da experiência com direção teatral nos trabalhos desenvolvidos com a comunidade do Alto do Mateus, com As Velhas, Duílio assume, de fato, a condição de encenador. O espetáculo, de estética mais contemporânea, atingiu enorme sucesso em seus seis anos de existência e quase cem apresentações em todo o Brasil.

No final de 2004, conclui o Curso de Especialização em Representação Teatral promovido pela UFPB. O espetáculo A caravana da ilusão (texto de Alcione Araújo, direção de Elias de Lima Lopes) surge nesse contexto. Sua participação na XII Mostra Estadual de Teatro e Dança da Paraíba rendeu a Duílio o prêmio de melhor ator, além dos prêmios de melhor espetáculo, figurinos, maquiagem, direção e atriz coadjuvante.

Em 2005 é selecionado para o Mestrado no Programa de Pós-graduação em Letras da UFPB, na linha de pesquisa “Memória e Produção cultural”, com o projeto intitulado “Para além da palavra e do riso: relações entre o texto dramatúrgico e a realização cênica”. Seu objeto de estudo era o espetáculo, ainda em processo (só estreia, sob a direção de Duílio, em 2006), Comédia em 3×4, uma adaptação dos textos “Amor por anexins” e “A pele do lobo” de Arthur Azevedo e “O namorador” de Martins Pena para o Grupo Contratempo.

No mesmo ano, recebeu uma homenagem durante o Festival Aldeia SESC da Cena Comunitária, que foi realizado entre os dias 23 e 28 na unidade Centro do Serviço Social do Comércio (SESC), em João Pessoa, numa parceria com a Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Em meados de 2007, Duílio vai trabalhar como professor auxiliar na Universidade Regional do Cariri, em Barbalha (CE). Lá fica por três anos, período no qual coordena o Projeto de Extensão em Teatro, que compreendia um Curso de Formação de Atores, a realização de Oficinas de Teatro nas Comunidades e a montagem do Auto Natalino. Por este período entra em contato com o Grupo Ninho de Teatro, com o qual monta o espetáculo Charivari (2010 – texto de Lourdes Ramalho).

Volta à Paraíba no final de 2010 como professor assistente da Universidade Federal de Campina Grande, Unidade de Sumé (PB), na área de Artes Cênicas. Dirige o Grupo de Teatro Universitário CDSA/UFCG, com o qual monta o espetáculo A Feira (2011 – também de Lourdes Ramalho). Também, montou, junto aos alunos do Centro Cultural Piollin – que, não abandonou de todo – o infantil “O Gato malhado” e a “Andorinha Sinhá”, texto de Jorge Amado adaptado por Eleonora Montenegro.

Paralelo ao seu trabalho na UFCG, atualmente Duílio participa do PINEL – Núcleo de Pesquisa e Experimentação Teatral em Campina Grande, no qual vem pesquisando e testando, junto aos atores e ao dramaturgista que compõem o grupo, novas linguagens cênicas e dramatúrgicas. O Núcleo estreou no final de 2011, sob direção de Duílio, o espetáculo “Como se fosse [im]possível ficar aqui”.

Em março de 2015, dirigiu o espetáculo “Mambem-bê-a-bá: sem rir, sem chorar” no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande. A montagem do espetáculo é uma livre adaptação do texto “O mambembe”, de Artur Azevedo e José Piza, escrito em 1904, mostrando as aventuras e desventuras de uma trupe mambembe viajando pelo interior do país. A peça faz parte da Campanha de Popularização do Teatro e Dança.

Duílio explica que “não se trata de uma montagem (de época), mas uma atualização dos fatos mantendo referências do texto original”. Ele acrescenta “A peça se passa em nosso tempo e aquelas apresentações realizadas pelos artistas mambembes, que compõem algumas cenas do espetáculo, funcionam como possibilidade de passar em revista algumas montagens dos textos da dramaturga Lourdes Ramalho, realizadas nos últimos anos aqui em Campina Grande”.

Em setembro (2015), nos dias 24 e 25, ministrou uma oficina de criação e composição teatral para atores iniciantes no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande. Segundo Duílio, considerando que o trabalho do ator não se constitui apenas em reproduzir as palavras do dramaturgo e as orientações do diretor, “a oficina propôs despertar e ampliar a capacidade de criação e composição de atores e atrizes como parte do processo de experimentação da linguagem teatral”.

A oficina se deu a partir de exercícios e jogos teatrais onde foram vivenciados aspectos para constituição de uma dramaturgia do ator, de modo que possa ser colocada em diálogo com fragmentos textuais e outros elementos cênicos para realização de uma cena poética.

Duílio tem em seu currículo alguns autos natalinos e paixões de Cristo, como Maria Canta a Paixão (2008), Auto do Menino Jesus (2006), Natal Mambembe (2006), O Baile do Menino Deus (2006), Cordel da Paixão de Deus (2006), Auto da Paixão (2005), todos produzidos em João Pessoa ou Campina Grande.

Fontes:

http://www.memorialdeartescenicas.com.br/site/teatro-c2/132-duilio-cunha-paraiba-joao-pessoa-campina-grande.html

http://www.teatropedia.com/wiki/Du%C3%ADlio_Cunha

http://www.agencia.ufpb.br/ver.php?pk_noticia=184

http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2015/03/peca-mambem-be-ba-e-encenada-no-teatro-de-campina-grande.html

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