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Data de publicação do verbete: 15/08/2017

Chico Salles

Cantor, compositor, poeta e cordelista
Data de publicação: agosto 15, 2017

Naturalidade: Sousa – PB / Radicou-se no Rio de Janeiro – RJ, desde 1970

Nasicmento: 1951

Falecimento: 25 de novembro de 2017 no Rio de Janeiro – RJ

Atividades artístico-culturais: cantor, compositor, poeta e cordelista

 

Francisco de Salles Araújo, conhecido como Chico Salles, nasceu no sertão paraibano, em São Francisco do Chabocão, naquela época município de Sousa, no ano de 1951. Este cantor e compositor de forró e samba, além de poeta e cordelista, radicou-se no Rio de Janeiro aos dezoito anos de idade (1970), onde inicialmente trabalhou na construção civil. Nos escritos biográficos em sua página pessoal, assim declarou-se carioca: “Sou carioca da clara, porque o carioca da gema é o que nasce no Rio. Sou da clara, mas estou dentro do ovo” (SALLES, 2010).

Inspirados nos xotes, xaxados e baiões que alegravam as noites do sertão paraibano, nasceram suas primeiras composições, que eram mostradas apenas em reuniões familiares. As influências musicais nordestinas, misturadas aos sambas de Paulinho da Viola, Chico Buarque e Martinho da Vila, faziam parte das trilhas sonoras da época em que cursava Engenharia Civil. Ao conhecer o trapalhão Mussum, eles compõem músicas carnavalescas e fundam o bloco Elas e Elas (1985) em Jacarepaguá, bairro do Rio, onde residem e são vizinhos. Algumas dessas composições nasceram na mesa do bar de “seu” Antônio, onde se reuniam todos os sábados em torno de quitutes carioquíssimos, como rabada com angu, e uma cerveja bem gelada.

Em suas andanças pelo mundo do samba, Chico Salles encontrou novos parceiros como Noca da Portela e Roberto Serrão, que gravaram músicas de sua autoria, e Beto Moura, com quem passou a participar de concursos de escolha dos enredos de blocos carnavalescos, como o “Simpatia é Quase Amor”, a “Banda da Barra” e o “Barbas”, e da escola de samba Unidos da Tijuca, onde por dois anos foi finalista. Um dos sambas que fez para a Banda da Barra, em 97, tornou-se hino oficial de carnaval do bloco desde então. Essa música: “Cabral descobriu o Brasil. A Barra descobriu a Banda” foi gravada por Gera, o puxador de samba da Portela, e já foi cantada por Sandra de Sá.

Por conta do sucesso da Banda da Barra, no final de 99, formou-se um outro bloco no bairro, o “Vem Cá Me Dá”, cujo nome foi tirado de um samba que ele compôs para o “Simpatia”, há oito anos, intitulado “Simpatia na Cabeça”, que chegou a final e, apesar de perder, fez muito sucesso. Até então, ainda não lhe passava pela cabeça subir ao palco para cantar suas próprias composições. Mas ele mudou de ideia em 97, quando passou a frequentar a happy hour da Casa de Cultura da Universidade Estácio de Sá. Incentivado pelo maestro Anselmo Mazzoni começou a soltar a voz diante do público, em canjas que logo se transformaram em shows.

De uma dessas apresentações nasceu o CD Confissões, gravado ao vivo, com produção de Alceu Maia. Nesse disco, Chico Salles reuniu um repertório que mescla sambas e músicas nordestinas, traçando um painel de suas influências musicais. Em 2002 lançou o seu segundo CD, intitulado “Nordestino Carioca”, em que resgata suas raízes regionais. Produzido pelo maestro Chiquinho Chagas, o disco é inspirado nos forrós de sua terra natal, embalados pelo som da sanfona, do triângulo e da zabumba. Neste trabalho, Chico Salles presta uma homenagem ao velho parceiro Mussum, cantando o xote “Pinto no Xerém”, que os dois compuseram juntos, pouco antes do trapalhão falecer.

Em 2005 Chico lança o seu terceiro CD “Forrozando”, produzido por José Milton, com repertório genuinamente pé de serra, cantando outros autores consagrados, (Patativa do Assaré e Téo Azevedo, Fagner e Abel Silva, Petrúcio Amorim e Bráulio de Castro, Lúcio Barbosa, e outros), e foi indicado para o Prêmio Tim como melhor CD e melhor cantor na categoria regional. Em 2007 apresenta o seu 4º CD, “Tá no Sangue e no Suor”, também produzido por José Milton, ampliando o conceito de qualidade e sonoridade do CD anterior. Seu livro CORDELinho foi premiado em 2009 pela ABL – Academia Brasileira de Letras, como melhor livro infanto-juvenil daquele ano.

Seu quinto CD, “O Bicho pega”, foi lançado em 2010 pela gravadora Som Livre, também com produção do José Milton, ficando esgotado na sua primeira tiragem. Em 2013, Chico se aventura num projeto diferente, de gravar os sambas do capixaba teimoso Sergio Sampaio, com o título “Sergio Samba Sampaio”, fugindo da sua caraterística original, com produção de Henrique Cazes e as participações de Zeca Baleiro, Fagner e Zeca Pagodinho. Em 2015, vem o sétimo CD “Rosil do Brasil”. Neste CD, Chico Salles faz uma homenagem ao compositor pernambucano Rosil Cavalcanti no ano do seu centenário de nascimento. Rosil, que se radicou em Campina Grande, tornou-se um dos principais provedores musicais de Jackson do Pandeiro, Gonzagão, Genival Lacerda, Marinês e outros, com uma grande variedade de sucessos conhecidos nacionalmente, como: Sebastiana; Tropeiros da Borborema; Cabo Tenório; Lei da Compensação; Na Base da Chinela e outros. O CD foi também lançado pela Zecapagodiscos/Universal, continua em catálogo.

Chico é membro e Diretor Cultural da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira originalmente pertencente ao ilustre brasileiro Catulo da Paixão Cearense, e tem mais de quarenta títulos de cordel publicados. Sua cordelteca está disponível ONLINE e disponibiliza mais de 21 títulos, tais como: ‘Salim”, “Jacó”, “Joaquim”; “Os caminhos do Brasil”; “O tigre que virou doutor”; “O pai do vento”; “O maior inimigo do cachorro”; “Sivuca”, entre outros.

 

Fontes:

https://memoriasdapoesiapopular.com.br/2014/12/10/poeta-francisco-de-salles-araujo-sintese-biografica/

https://www.chicosalles.com.br/biografia

Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.

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