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Data de publicação do verbete: 08/10/2015

Caiçara

Localizado no Agreste Paraibano. Foram encontrados fósseis em lagoas da região. Pinturas rupestres localizadas no Sítio Girau e na Pedra do Bico.
Data de publicação: outubro 8, 2015

Localização: Agreste Paraibano.

Data da emancipação política: 7 de novembro de 1908

Gentílico: Caiçarense

Limites geográficos municipais: Nova Cruz, Jacaraú, Lagoa de Dentro, Serra da Raiz, Belém e Logradouro.

Área territorial: 127,911 km²

Altitude: 150 metros

População / IBGE / 2015: 7.293 habitantes.

Distância da capital João Pessoa: 127 km

Acesso a partir de João Pessoa: BR 230, BR 101, PB 071, PB 081 e PB 089.

Configurações geomorfológicas: Os solos, nos Patamares Compridos e Baixas Vertentes do relevo suave ondulado ocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural média e problemas de sais; Topos e Altas Vertentes, os solos Brunos não Cálcicos, rasos e fertilidade natural alta; Topos e Altas Vertentes do relevo ondulado ocorrem os Podzólicos, drenados e fertilidade natural média e as Elevações Residuais com os solos Litólicos, rasos, pedregosos e fertilidade natural média.

Vegetação: Predominância de Caatinga Hiperxerófila com trechos de Floresta Caducifólia.

Hidrografia: Bacia hidrográfica do Rio Curimataú, tendo como principais afluentes os rios Curimataú, rio Pirari e Pitomba.

Clima: Tropical Semiárido, com chuvas de verão. A precipitação média anual é de 431,8mm.

Economia: A maior parte da economia é baseada na agricultura, mas também a uma pequena parte do comercio local.

História do município: Caiçara tem notoriedade desde a pré-história, já que foram encontrados fósseis em lagoas da região. Encontram-se também no município, as pinturas rupestres localizadas no Sítio Girau e na Pedra do Bico. Caiçara está numa região que era chamada pelos indígenas de Cupaóba. Os Potiguaras habitavam a região, sendo o Rio Curimataú, a divisa com as terras dos índios Tapuias.

Os primeiros contatos com o “homem branco” não foram com os portugueses e sim com piratas franceses. Assim, quando quiseram impor seu domínio, os portugueses tiveram dificuldades: a região era de difícil acesso devido suas serras, e os índios eram valentes e estavam armados pelos franceses. Foram 25 anos de guerras (1574 a 1599), as chamadas Guerras da Cupaóba.

Dominados os indígenas, veio a catequese pelos padres jesuítas e a distribuição de sesmarias (grandes porções de terras) para que os portugueses ocupassem e explorassem a área. Assim, em 1619, Raphael de Carvalho obteve a sesmaria de nº 13 da Capitania da Paraíba, que abrangia a área onde fica Caiçara.

Em meados do século XVII, a distribuição de sesmarias foi interrompida devido às invasões holandesas e a revolta dos índios Cariris, dos quais faziam parte os Tapuias. No século XVIII, as terras continuaram a ser distribuídas e divididas. A região foi sendo cada vez mais destinada à criação de gado e o vaqueiro teve papel importante no desbravamento da região.

Em 1822, Manoel Soares da Costa e José Vicente vieram com suas famílias para a região e construíram suas casas de morada, uma capela e os currais de pau-a-pique. Foi a fundação de Caiçara. Com os currais e as primeiras casas surgindo, o local começou a ser passagem de almocreves e tropeiros que vinham com suas tropas de burros de feiras como a de Mamanguape e de Guarabira, em direção a de Anta Esfolada (antigo nome de Nova Cruz).

O movimento dos almocreves começou a atrair pessoas para residir no local, assim, além da vantagem de morar perto do rio, elas poderiam comprar bem mais baratos que nos barracões dos engenhos da Serra da Raiz. Anos depois, tendo em vista o aumento do movimento de tropeiros e aumento da população, surgiu a ideia de realizar uma feira aos domingos.

Devido ao prejuízo que a feira lhes traria, os senhores de engenho da Serra foram contra. Porém, Manoel Soares insistiu. Ao se agendar uma data para a 1ª feira, vieram as ameaças, piquetes foram colocados nas estradas e o “Major Costa”, líder da Serra da Raiz, preparou força armada para acabar com a feira.

Diante das ameaças dos serranos, Manoel Soares, por intermédio do Coronel José Lucas de Souza Rangel, levou as ocorrências ao conhecimento do Governo Provincial, que enviou tropa da Guarda Estadual para dar garantia. Foi assim que a feira de Caiçara teve sua origem em 1841. A presença de um político influente como o Coronel José Lucas, despertou nas lideranças da cidade o sonho de ficar independente de Serra da Raiz. Porém, a política da localidade começou mesmo com a chegada de Francisco da Costa Gonçalves, parente tanto de Manoel Soares quanto do “Major Costa”.

Na Serra o poderio econômico e político estava nas mãos dos senhores de engenho. O Major Costa faleceu em 1866 e deixou seus bens para um genro, o “Tenente Cazuza”. Porém, “Antonio Imburana”, irmão do Major, foi contra este testamento. Veio a confusão e a família acabou se dividindo. Em 1877, morre Imburana e o Tenente Cazuza assume a chefia da Serra, apoiando as ações do seu irmão, o Padre Emygdio Fernandes. A política da Serra então ficou dividida entre os Fernandes e os Costa.

Em Caiçara, falecidos os primeiros líderes, Manoel Soares e Francisco da Costa, seus filhos José Soares de Carvalho e Manoel da Costa Queiroz assumiram as chefias dos partidos Liberal e Conservador, surgindo assim os primeiros grupos políticos de Caiçara, com os “Soares” como Liberais e os “Queiroz” como Conservadores.

Em 1870, deu-se a criação da Freguesia de Nossa Senhoora do Bom Fim, com sede na Serra, uma grande conquista dos serranos. Em 1883, o deputado e coronel Antônio José da Costa Maia apresentou projeto de emancipação de Caiçara que acabou sendo convertido na Lei nº 756, de 06/12/1883 (foi esse centenário que a cidade comemorou em 1983). A iniciativa para a criação do município teve a frente Joaquim José Soares de Carvalho, filho do fundador Manoel Soares. Por esta lei a Serra da Raiz ficava como distrito de Caiçara.

A reação dos serranos foi imediata e um fator passou a lhes favorecer houve renovação da bancada na Assembleia do Estado e a maioria parlamentar passou a ser dos Conservadores, apoiados naquela localidade. Assim, o Padre Emygdio Fernandes, deputado e líder político da Serra da Raiz, conseguiu a transferência da sede do município para Serra da Raiz em 02/10/1884. Dando sequência as mudanças, a Lei nº 8 de 15/12/1892, colocou tanto Serra da Raiz como Caiçara como pertencentes à Guarabira.

No começo dos anos 1900, novas lideranças foram surgindo, entre elas Antonio Florentino da Costa Miranda (Cel. Tota Miranda), Antônio Soares de Oliveira, Joaquim de Paula Carvalho, Miguel Pedro da Silva e outros. Com a sua habilidade, Tota Miranda apaziguou os ânimos com as lideranças da Serra da Raiz e em 07 de novembro de 1908, foi sancionada a Lei nº 309, emancipando Caiçara definitivamente.

Quanto ao seu nome, “Caiçara” é a princípio denominação de certo tipo de cerca indígena. Porém, é também um tipo de cercado de madeira à margem de rio para embarque do gado. Provavelmente, foi esse significado que fez com que os tropeiros passassem a chamar os currais construídos por Manoel Soares de “Caiçaras” e o nome acabou passando para o vilarejo que ia surgindo.

Eventos turísticos: Festa da Pedra do Pão de Açúcar; Emancipação Política; e Festa dos Reis.

Atrações Turísticas Naturais: Pedra do Pão de Açúcar; Parque da Lagoa; e Rio Curimataú.

Patrimônio arquitetônico / cultural material: Pinturas Rupestres no Sítio Girau e na Pedra do Bico; Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário; e o Monumento a Nossa Senhora do Rosário.

Fontes:

http://www.caicara.pb.gov.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cai%C3%A7ara_(Para%C3%ADba)

http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/paraiba/relatorios/CAIC045.pdf

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