O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 07/08/2016

Areia

Microrregião do Brejo Paraibano. Terra do pintor Pedro Américo, do escritor José Américo de Almeida, e de tantos filhos ilustres. Município turístico com atrativos culturais e ecológicos.
Data de publicação: agosto 7, 2016

Localização: Microrregião do Brejo Paraibano

Limites geográficos municipais: Arara, Serraria, Pilões (Norte), Alagoa Grande, Alagoa Nova (Sul), Remígio (Oeste) e Alagoinha (Leste).

Área territorial: 269,424 km²

População:   23 829 hab. IBGE/2010

Gentílico: Areiense

Distância da capital João Pessoa: 130 km

Acesso a partir de João Pessoa: BR 130/BR 104/PB 079/PB

Data da emancipação política: 18 de maio de 1846

Configurações geomorfológicas: O município de Areia está inserido na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos. Ocupa uma área de arco que se estende do sul de Alagoas até o Rio Grande do Norte. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Com respeito à fertilidade dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta.

Altitudes: Variam entre 650 a 1.000 metros

Clima: Situada na vertente oriental do Planalto da Borborema, a uma altitude superior a 600 metros, a cidade apresenta um clima agradável o ano inteiro. No inverno as temperaturas baixam consideravelmente, atingindo cotas em torno de 12 ºC, o que é considerada baixa temperatura para os padrões tropicais e nordestinos.

Vegetação: Predominância da vegetação característica de brejos de altitude, que reúne tanto aspectos da Mata Atlântica (floresta Ombrófila Densa) quanto da caatinga (Savana Estépica).

Hidrografias: O município de Areia encontra-se inserido parte nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Mamanguape. Seus principais tributários são os Rios: Araçagi, Manga do Frade, Bananeiras, Caiana e Riachão, além dos Riachos: Fechado, Quati, Carro, Canadá e Buraco. Os principais corpos de acumulação são os açudes Queimadas e Vaca Brava (3.450.000 m3). Os principais cursos d’água no município têm regime de escoamento Intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico.

Economia: Baseada na fabricação de aguardente, mel e rapadura. E também pecuária e agricultura. Sua economia esteve pautada, sobretudo, em culturas de subsistência, algodão, café e agave, mas o pilar de seu desenvolvimento foi o cultivo de cana-de-açúcar da zona rural. Com a decadência dos engenhos, que remonta ao final do século XIX, surgiram usinas de açúcar, enquanto os engenhos dedicaram-se à produção de aguardente e rapadura, exportada para outras regiões do estado e para estados vizinhos.

História do município:

Em 1648, a expedição em busca de recursos minerais de Elias Herckmans, então governador holandês da Paraíba, percorreu a mando de João Maurício de Nassau a região onde hoje se assenta a cidade de Areia sem, entretanto nada encontrar. Pouco mais tarde, em meados do século XVII, desbravadores portugueses percorreram a região, tendo um deles, de nome Pedro Bruxaxá, se fixado no local à margem do cruzamento de estradas que eram caminho obrigatório de boiadeiros e comboieiros dos sertões com destino à cidade de Mamanguape e à Capital. Dada à amizade que fez com os nativos, ali construiu um curral e uma hospedaria conhecida como “Pouso do Bruxaxá”. A região por muitos anos denominada de “Sertão de Bruxaxá”. (“terra onde canta a cigarra”). Bruxaxás eram os índios que, primitivamente, habitavam a região, um ramo da grande nação Cariri, e constituía um povoado.

Com o tempo, entretanto, devido a um riacho que possuía bancos de areia muito brancas, o povoado passou a ser chamado de Brejo d’Areia, já que o lugarejo fica na Microrregião do Brejo Paraibano, região da Paraíba não muito longe do litoral, que recebe os úmidos ventos alísios vindos do Atlântico e possui uma cobertura vegetal de floresta atlântica, hoje em dia reduzida a manchas. Por isso, também chamada de Zona da Mata.

Distrito criado com a denominação de Brejo d`Areia, em 1813, subordinado a Vila de Monte-Mor. O município surgiu desmembrado da Vila de Monte-Mor (atual Mamanguape), em 1815, quando foi elevado à categoria de vila, em 30 de agosto de 1818 e, em 18 de maio de 1846, tornou-se cidade.

Com o desenvolvimento da lavoura canavieira na Região do Brejo, no século XIX, a cidade de Areia tornou-se o maior município da região, mas tal proeminência econômica começou desde o século anterior, XVIII, com a precedente lavoura do algodão.

Areia participou ativamente das revoluções do século XIX, a população aderiu ao movimento libertador de Pernambuco-Revolução Pernambucana (1817), a Confederação do Equador (1824 ) e Revolução Praieira (1848). Durante a Confederação partiram de Areia (que foi sede temporária da Província) as tropas do sargento-mor Félix Antônio Ferreira de Albuquerque, que combateram as forças legais. Em fevereiro de 1849 travou-se, em Areia, o último combate da Revolução Praieira. E a revolta do Quebra Quilos, em 1873.

Os rebeldes, depois do malogrado ataque ao Recife, invadiram a Paraíba e se refugiaram em Areia, onde receberam auxílio do juiz municipal Maximiano Lopes Machado e do coronel Joaquim dos Santos Leal. Na cidade, a campanha abolicionista foi das mais intensas, destacando-se a Mocidade Emancipadora Areiense, à frente da qual se encontrava Manuel da Silva e Rodolfo Pires. Os areienses libertaram o último escravo em 3 de maio de 1888, dez dias antes da proclamação da Lei Áurea.

Areia foi a principal civilização do Alto Brejo paraibano durante o século XIX, final do século XVIII e início do século XX a tal ponto de ter tido o primeiro teatro do estado (o primeiro cinema foi em Rio Tinto), a primeira faculdade, etc. Isso atesta um padrão interessante na história da Paraíba, onde antes o desenvolvimento se concentrava no interior e só depois atingiu a capital (que já era um polo importante nos séculos XVI e XVII – única cidade lusófona fundada por espanhóis durante o reino dos Filipes).

O município só conseguiu sua emancipação política no ano de 1846, e passou à condição de cidade e sede municipal com o nome de “Areia”, que é lembrada, também, pela participação de seus habitantes em importantes movimentos políticos do século XIX.

A localização estratégica do município oferece não apenas o privilégio de se ter um clima agradável, mas proporciona também um quadro cênico natural, formado por paisagens tão belas que tornam Areia um dos lugares mais bonitos do interior do Brasil. Atualmente tudo favorece o desenvolvimento do turismo em Areia, estradas de boa qualidade, e melhores pousadas do estado.

Nesse cenário de natureza pródiga, a cidade foi construída, ao longo dos últimos séculos, onde são encontradas edificações peculiares, casario que chama a atenção nos detalhes das suas fachadas.  Areia conta com aproximadamente 117 engenhos de cachaça, e alguns com visitação aberta ao turista, e nos meses de julho e agosto acontece no município a Rota Caminhos do Frio, que atraí milhares de turistas para a cidade.

Areia é a terra do pintor Pedro Américo, do escritor José Américo de Almeida e do Padre Azevedo, inventor da máquina de escrever e de tantos outros filhos ilustres.

Uma curiosidade que marca a cidade é que Areia foi o segundo município brasileiro a decretar a abolição da escravatura, antes mesmo da lei ser assinada pela Princesa Isabel. O município comemora sua emancipação Política no dia 18 de maio, com eventos religiosos, cívicos, religiosos e culturais.

Detalhes/Turismo: A cidade é muito conhecida por suas riquezas culturais, particularmente o Museu de Pedro Américo, com inúmeras réplicas dos quadros do mais célebre cidadão areiense, entre elas a famosa obra “O Grito do Ipiranga”, encomendada a ele por Dom Pedro II. O Museu da Rapadura, localizado dentro do Campus da UFPB na cidade, onde o turista pode observar as várias etapas da fabricação dessa iguaria, e dos outros derivados da cana-de-açúcar, como a cachaça, sendo a areiense muito conhecida exteriormente por seu incomparável sabor. Areia foi considerada por muito tempo como “Terra da Cultura”. O seu “Theatro Minerva” foi edificado 50 anos antes de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba.

Eventos turísticos: Festa de Emancipação Política da Cidade, participação na Rota Cultural Caminhos do Frio, Festival de Artes de Areia, Festival Brasileiro da Cachaça e da Rapadura, Festa da Padroeira/ Nossa Senhora da Conceição, entre outros.

Atração Turística Natural: Parque Estadual Mata do Pau do Ferro.

Patrimônio arquitetônico / cultural material: Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Igreja do Rosário dos Pretos, monumento a Pedro Américo, Casa Pedro Américo, Teatro Minerva, Sobrado de José Rufino, Museu do Brejo Paraibano e diversos engenhos.

Equipamentos culturais / turísticos: A Talha, Colégio Santa Rita, Grupo Moenda, Restaurante o Barretão, Rotta Turismo, Engenho Triunfo, Pousada Boutique Vila Real, Restaurante Vó Maria e Sítio Casa do Doce, entre outros.

 

Fontes:

http://www.areia.pb.gov.br/turismo/pontos-turisticos-2/

http://www.citybrazil.com.br/pb/areia/geral_detalhe.php?cat=5

https://pt.wikipedia.org/wiki/Areia_(Para%C3%ADba)

http://www.areia.pb.gov.br/historia/

http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/paraiba/relatorios/AREI015.pdf

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *