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Data de publicação do verbete: 29/04/2016

Aderaldo Luciano

Professor, poeta, escritor e músico. Especialista em Cordel. Ele Coordena o Projeto Roda de Cordel - Círculo de estudos sobre o cordel brasileiro, em São Paulo.
Data de publicação: abril 29, 2016

Naturalidade: Areia – PB / Radicado no Rio de Janeiro – RJ

Nascimento: 16 de agosto de 1964

Formação artístico–educacional: Doutor e mestre em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Atividade artístico-cultural: Professor, poeta, escritor e músico.

Livros e publicações: Apontamentos para uma História Crítica do Cordel Brasileiro (Edições Adaga/Editora Luzeiro, 2012), Anotações para uma história do cordel brasileiro (Conhecimento Editora, 2011, teoria), O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008, poesia). Coautor em Violência simbólica e estratégias de dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010, ensaios) e Quem Conta um Conto – Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009, ensaios).

Aderaldo Luciano trabalha com os conceitos fundamentais da poética do nordeste brasileiro. Aos oito anos começou a sua sina de leitor, lendo avidamente durante dez anos, sem horário para iniciar ou terminar sua leitura, acordando tarde por ter adormecido mais tarde ainda. Devido ao seu comportamento, ficou conhecido em sua cidade como o “menino que não dormia” e como uma pessoa que não gostava de trabalhar, passando a imagem de um homem preguiçoso.

Em 1972 tornou-se ajudante de feira, e ao final do dia, o dinheiro ganho servia para três coisas: ir ao cinema todos os dias do final de semana; fazer um lanche depois do cinema e comprar gibis e revistas. Um dia, nesse mesmo ano, essa constância foi quebrada pela presença, na feira, de um homem cantando e vendendo folhetos de cordel. Desse homem comprou o primeiro cordel: Vicente, “O Rei dos Ladrões”, de Manoel D’Almeida Filho. E esse foi o primeiro livro que determinou muita coisa em sua vida e o deslumbrou com o cordel brasileiro. Aderaldo é muito grato a essa pessoa, pois o tornou um estudioso dessa arte literária.

Quando descobriu a biblioteca do Centro Social Pio XII, pertencente à paróquia da cidade de Areia, foi o seu paraíso. Todas as noites da semana, a partir das 19 horas, estava lá, onde leu pela primeira vez “20 Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne. Leu a obra completa de Júlio Verne, mas a chave mestra foi 20 Mil Léguas e sua continuação, A Ilha Misteriosa, sendo esse o segundo livro mais importante de sua vida.

Nessa mesma livraria descobriu a coleção completa das obras de Jorge Amado e Jubiabá, se apaixonando tanto da leitura e não conseguia parar de ler, chegando até a pedir à moça que tomava conta da biblioteca que o deixasse levar aquele livro para casa e, secretamente, ela o concedeu, contanto que ele trouxesse de volta no outro dia para que ninguém notasse a falta do exemplar na estante.

Quando entrou na faculdade ficou decepcionado quando notou que ninguém estudava a obra do baiano. Passeando pelas estantes amarrotadas da instituição, descobriu no dorso voltado para dentro, um antigo exemplar de Zé Limeira, Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo. Logo segurou aquele livro e sentou para começar a ler.

Ganhou muitas vezes o prêmio de melhor aluno, mesmo não sendo um aluno estudioso. Nunca estudou em casa, nunca fez exercícios, resolvia tudo, sempre nos minutos anteriores às aulas e muita coisa entrava durantes esses minutos. O que ele gostava mesmo era de ler, se divertia fazendo desde leituras básicas as mais amenas.

Migrou da biblioteca da paróquia para a Biblioteca Municipal e lá descobriu o livro do autor de romance policial Edgar A. Poe: “Histórias Extraordinárias”. Todo o universo noturno escrito por Poe em obras como “O Barril de Amontilado”, “O Poço e o Pêndulo”, e “A Queda da Casa de Usher” foi fantástico para ele.

Mesmo toda vastidão de livros, tinha uma coisa que o deixava inquieto. Em sua cidade não havia ninguém para como quem pudesse trocar ideias e solitariamente sofria por conta de suas leituras, sem ter com quem falar. Foi lendo que conheceu Sebá e agora tendo alguém com quem conversar, trocavam ideias sobre suas novas descobertas no mundo da leitura. Enquanto caminhava encontrou a primeira edição do “EU”, de Augusto dos Anjos, ainda com páginas coladas. Com uma régua foi rasgando as dobraduras, e de dentro delas foram saltando os sonetos do poeta que o fez de refém.

Quando tinha 16 anos, ainda no ensino médio, se preparando para o vestibular, teve a oportunidade de mudar de cidade. Resolveu que iria entrar para a Fraternidade Marista em Lagoa Seca, cidade próxima a Campina Grande. Foi estudar no Colégio Diocesano Pio XI, na Presidente Vargas, perto do Cine Avenida, em Campina. Pretendia cursar Comunicação Social, mas Adoniran, seu professor de História, despertou o jovem Aderaldo para outro universo.

Aderaldo saía do mundo literário, da ficção, do cordel, das aventuras, da poesia, para a reflexão histórico-social e no final do ano, nem vestibular, nem Campina. Foi embora para Propriá, no Sergipe, viver a vida das comunidades eclesiais de base e a Teologia da Libertação.

Até 2008 foi um dos editores e colunistas da Revista Confraria on-line. Foi coordenador editorial da Editora Luzeiro LTDA, especializada em cordel. Coordena atualmente o Projeto Roda de Cordel – Círculo de estudos sobre o cordel brasileiro, em São Paulo (SP), e Roda de Cordel – leituras, projeto de leitura de cordéis em escolas e comunidades rurais brasileiras.

Em seu livro “Apontamentos para uma História Crítica do Cordel Brasileiro”, pela Editora Luzeiro, Aderaldo dedica-se a solucionar equívocos propagados sobre a história deste produto cultural. A obra é fruto de mais de uma década de pesquisas do autor, e também foi sua tese de doutorado em Ciência da Literatura pela UFRJ. Em seu trabalho ele desconstrói, por exemplo, a ideia de que o cordel brasileiro é uma adaptação do português. E argumenta “A semelhança se limita ao aspecto físico e folhetos de baixo custo. Os cordéis portugueses eram na verdade obras diversas em um papel barato para serem vendidos a preços populares, enquanto que o cordel feito no Brasil tem um conteúdo poético, uma literatura própria”.

Aderaldo defende que o cordel é um gênero genuinamente brasileiro, talvez o único realmente fundado e praticado no país. Segundo ele, ao contrário do que muitos acreditam, o cordel não é uma cantoria transcrita. “Essa associação não é válida. A sextilha do cordel não é mesma da cantoria, possuem estruturas diferentes. É importante que se tenha a noção do que são gêneros distintos, embora ambos façam parte do universo da cultura popular”.

Como músico tem se dedicado a pesquisar a música formadora do Brasil profundo, notadamente a oriunda do nordeste brasileiro. Daí é que surgiram os projetos: Cantos primevos para um Brasil profundo e Poezia Tradiccional do Nordheste. É professor convidado da Universidade das Quebradas, curso de extensão do Projeto Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ.

About Aderaldo 

Sou o barro dos oleiros

e o fogo que queima o barro

Sou o carro sobre as rodas

e guio as rodas do carro

enquanto o mundo se perde

aos meus achados me agarro!

Fontes:

https://www.facebook.com/aderaldo.luciano

http://jornalggn.com.br/blogs/aderaldo-luciano

http://jornalggn.com.br/blogs/aderaldo-luciano

http://jornalggn.com.br/blogs/aderaldo-lucianohttp://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Aderaldo+Luciano&ltr=a&id_perso=2199

http://historiaeestoriasdepiloes.blogspot.com.br/2011/09/o-especialista-em-cordel-aderaldo.html

http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pautobio/pautobio0039.php

https://www.linkedin.com/pulse/cordel-por-aderaldo-lucianodoutorado-e-mestrado-em-josu%C3%A9-araujo

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