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Data de publicação do verbete: 21/04/2020

A lenda de Branca Dias

Há várias versões da lenda da Senhora de Engenho judia que foi condenada durante a Inquisição portuguesa e supostamente assombra os nordestinos.
Data de publicação: abril 21, 2020

Local: Alhandra – PB / João Pessoa – PB

Origem: Século XVIII

 

História:

Há várias versões da lenda da Senhora de Engenho judia que foi condenada durante a Inquisição portuguesa e supostamente assombra os nordestinos. Sendo as mais famosas delas, em sua grande maioria, ambientadas nos estados de Pernambuco e Paraíba.

A lenda paraibana narra a história da sinhá nascida onde hoje se localiza o município de Alhandra, em 15 de julho de 1734, filha de Simão Dias e Maria Alves Dias, um casal de judeus também conhecidos como cristãos-novos donos do engenho Velho, as margens do Rio Gramame, próximo a capital. Branca Dias era constantemente perturbada e cortejada pelo padre Bernardo, apesar de estar noiva de outro homem chamado Augusto Coutinho. Não sendo correspondido, Bernardo passa a perseguir Dias e todos os mais próximos a ela. O primeiro alvo foram seus pais, Simão dias foi assassinado e teve seu corpo deixado a uma das margens do Rio Gramame, onde supostamente escondia suas riquezas, há indícios que o assassinato fora cometido por jesuítas associados ao clérigo. Após isso, Maria Alves Dias morre envenenada sem deixar pistas da motivação. Augusto Coutinho teria entrado em uma briga com o próprio Bernardo e foi preso e torturado nos porões do Convento de São Francisco.

Durante o século XVIII, várias paraibanas foram levadas a Portugal com acusações de vários crimes como o da feitiçaria. Branca Dias teria sido presa no Colégio dos Jesuítas (onde hoje se localiza o Palácio da Redenção da capital paraibana) e levada a bordo do navio Lisboeta junto a sua criada Jerônyma. A Senhora do engenho Velho ficou aprisionada até 20 de março de 1760, sendo imolada no Auto da Fé em Lisboa, ao lado de Jerônyma, que se atirou na fogueira ferida por um espinho envenenado.

No ano seguinte morreria o noivo de Branca, após anos de tortura no Convento de São Francisco. É contado que no convento haveria um imenso quadro a óleo feito pelo Frei Joaquim de Santa Júlia, perto do fim do século, retratando a morte de Branca Dias, onde ela estaria retratada queimando e com pés de cabra. O quadro teria sido serrado em data indeterminada a mando do Bispo da Paraíba e sua madeira usada para compor os degraus de uma escada. Neste meio tempo, os registros onde estaria documentada a vida de Branca Dias teriam sumido misteriosamente dos livros do Mosteiro de São Bento.

Diz-se que em noites de lua cheia o fantasma de uma linda mulher é encontrado vagando nas ruas de João Pessoa até encontrar o Convento de São Francisco onde seu amado teria sofrido até a morte por ela. Branca Dias estaria em busca do seu noivo até os dias de hoje.

Adailson Paiva

Fontes:

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