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Data de publicação do verbete: 19/05/2016

Péricles Leal

Escritor, radialista e dramaturgo. Entrou para a história da televisão por sua cultura e criatividade, como um dos grandes produtores nacionais. Ficou conhecido por sua intelectualidade.
Data de publicação: maio 19, 2016

Naturalidade: Alagoa Nova – PB

Nascimento: 1930

Atividades artístico – culturais: Escritor, radialista e dramaturgo.

Péricles Leal pouco tempo depois do seu nascimento veio com a sua família residir na capital paraibana, seu pai o jornalista e escritor José Leal (In memoriam), passou a exercer atividades junto à burocracia do governo estadual e atuar na imprensa.  Péricles teve contato com a literatura desde menino, sua infância foi rica de sonhos e livros, com 12 anos já escrevia artigos.

Ao ganhar um Concurso Nacional de Contos já se dedicava as atividades da comunicação e das artes, ele escrevia nos Jornais a União e a Tribuna e na Revista Manaíra. Péricles começou em rádio, antes de ir para a televisão. Sua intelectualidade foi considerada a marca dos seus trabalhos.

A televisão já existia, quando ganhou de Assis Chateaubriand uma bolsa para estudar nos Estados Unidos, o novo veículo de comunicação. Ele também se instruiu em rádio, e trouxe para o Brasil, o modelo de rádio musical, que intercalava com comerciais, o que ainda hoje é o mais usado nas emissoras FM.

Péricles Leal foi autor da novela “Sangue de Terra” da TV Tupi, no ano de 1952, ele criou um ambiente rural, em cenários montados dentro de estúdios, e passava-se na Serra da Borborema, onde contava a história de Antônio Silvino, jagunço que se tornou o cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião.

O escritor também criou o primeiro herói juvenil brasileiro, o Falcão Negro, em 1954, quando Leal tinha apenas 24 anos, era um herói simpático, mas mascarado. Combatia os criminosos e malfeitores que faziam mal para o seu reino medieval, em meio a grandes florestas, principalmente aqueles que ousassem atacar a sua doce e meiga Lady Bela, e que se transformou rapidamente um sucesso. Em 1961, ao lado de Túlio de Lemos, Péricles levou seu herói para o mundo dos quadrinhos.  Assim como o Capitão 7 (da TV Record) o Falcão Negro saiu da televisão e foi para o universo do HQ. Ainda na TV Tupi, Leal foi autor do “TV de Aventura”.

Péricles fez parte do CPTE (Curso de Preparação de Equipes de Televisão do Ceará), dado às novas Emissoras Associadas de Televisão, onde acabou por assumir a direção artística da TV Ceará, e descobriu o talento de Renato Aragão, trabalhando com ele mais tarde. Lançou o livro “Iniciação à televisão” no ano de 1964, dentre outros títulos lançados no decorrer de sua trajetória. Para Péricles televisão era um veículo, uma manifestação artística, com identidade própria.

Outro trabalho seu foi o filme produzido em 1979, “A morte transparente”. Na dramaturgia da TV Globo Péricles escreveu: “Memórias de Amor” A história era baseada no romance: “O Ateneu”, de Raul Pompéia. No ano de 1991 escreveu “Os Homens querem Paz”, para o programa Caso Especial.

O escritor e cronista Silvino Lopes ao ler os escritos de Péricles afirmou “os seus contos são como uma caixa de brinquedos, por mim seu caderno iria parar no papo de uma linotipo”. Leal costumava dizer que jornalistas e escritores sentem na pele a comichão pela letra de forma, que o trabalho do repórter é semelhante ao da máquina fotográfica, que tudo registra sem nada esquecer.

Péricles Leal faleceu bastante cedo e entrou para a história da televisão por sua cultura e criatividade, como um dos grandes produtores nacionais.

 

 

Fontes:

http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=P%C3%A9ricles+Leal<r=p&id_perso=349

http://cartaodevisita.r7.com/conteudo/1167/era-uma-vez-na-tv-nosso-primeiro-heroi-era-mascarado-e-defendia-um-reino-medieval

http://www.estantevirtual.com.br/b/pericles-leal/iniciacao-a-televisao/1174517512

http://cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=FILMOGRAFIA&lang=P&nextAction=search&exprSearch=ID=004061&format=detailed.pft

http://biografias.netsaber.com.br/biografia-4608/biografia-de-pericles-leal

2 respostas

  1. Seria interessante registrar que Péricles Leal foi casado com Terezinha Vieira Leal, minha falecida prima cantora lírica com efetiva participação em programa por êle criado “Grandes Momentos Líricos”, na TV Tupi. Péricles e Terezinha viveram alguns anos no Rio de Janeiro, na Urca onde também trabalhou na TV local. Ao seu lado estiveram outros tenores cantores como Nino Valsani, infelizmente já falecido, Eduardo Castelari e Suzi Arruda (contralto). Chegou a morar também em São Paulo, na Rua Cunha Gago, em Pinheiros. Sei também que trabalhou em Manaus, Amazonas. Enquanto caso com minha prima, teve duas filhas, Esther e Adriana. Eu sempre o admirei muito, por sua intelectualidade e gosto pela literatura, arte televisiva e cinematográfica. Alem disso era um homem muito bom e atencioso, inclusive comigo. Eu o conheci na festa de seu noivado na casa de meus primos, na Rua Vitória Emanuel (Cambuci) e fiquei encantado com a presença da cantora Vilma Bentivegna, muito amiga dele.
    É o que me recordo.

  2. Uma pequena complementação ao acima informado: Além das citadas filhas, Esther e Adriana, Péricles e Terezinha ainda tiveram mais uma terceira filha, de nome Maria Tereza, que infelizmente morreu ainda jovem, em acidente automobilístico. Acrescento, ainda, que o casal viveu algum tempo na França, onde chegou a editar um livro, do qual não tenho conhecimento.
    Agradeço pela atenção.

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