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Data de publicação do verbete: 16/02/2016

Flávio Tavares

Pintor, desenhista e cenógrafo. O artista já participou de incontáveis e importantes mostras em grandes cidades do Brasil e do mundo.
Data de publicação: fevereiro 16, 2016

Naturalidade: João Pessoa – PB

Nascimento: 15 de fevereiro de 1950

Formação artístico-educacional: Curso de pintura no Colégio Marista Pio X (1961/1962). Arte Livre no Setor de Arte da Universidade Federal da Paraíba (1963/1965). Arte com o prof. Raul Córdula no COEX da Universidade Federal da Paraíba (1966). Curso particular com o prof. Arnaldo Tavares sobre paisagens, bico de pena e retratos (1966/1968). Pintura estética com o prof. Hermano José (1969/1972). Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (Não concluído).

Atividade artístico-cultural: Pintor, desenhista e cenógrafo.

Ateliê Flávio Tavares, Rua Zilda Nunes da Silva, 177 – Portal do Sol, Altiplano Cabo Branco – CEP: 58046-505 – João Pessoa – PB. (Agendar horário para visitação).

Contato: (83) 3226-5022

E-mail: contato@flaviotavares.com.br

Site: www.flaviotavares.com.br

Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100012172950096

Flávio Roberto Tavares de Melo é neto e filho de artistas, seu avô paterno, Pedro Damião, era um notável fotógrafo, e seu pai, Arnaldo, além de renomado médico, dedicava-se, nas horas vagas, ao desenho, a bico-de-pena, tendo ilustrado diversos livros e, ao longo de décadas, produzido centenas de vinhetas para jornais do Estado.

Quando criança, Flávio já mostrava genuína intimidade com o desenho e a pintura, sendo inicialmente orientado pelo Dr. Arnaldo e, desde então, não parou de exercitar-se, de indagar e experimentar.

O artista frequentou o curso de pintura oferecido pelo artista Raul Córdula, no Setor de Arte da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e, ainda aos 18 anos, passou a absorver os ensinamentos do pintor e gravador Hermano José, que àquela época já era um laureado artista.

Flávio Tavares terminou seus estudos secundários e logo ingressou no curso de sociologia da UFPB, o qual abandonaria ainda no terceiro ano para dedicar-se em tempo integral ao ofício artístico. Tinha pouco mais de vinte anos e já havia exposto no Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, onde, em 1976, lançou o álbum de desenhos “O Pavão sem Mistério” com o texto de apresentação do ilustre cartunista Ziraldo. Nesse mesmo período, estudaria pintura nos Estados Unidos da América (Universidade de Yale; Universidade de Connecticut e Simon Rock College, onde, inclusive, ministrou workshop), e em Caiena (na Guiana Francesa). Em todos esses lugares, aproveita para realizar exposições.

A seguir, ingressa no mercado de arte da Alemanha, pelas mãos do casal Jürgen e Maria do Carmo Vogt, ela paraibana e presidente do Instituto Cultural Teuto-Brasileiro em Berlim e que, em breve, se tornaria amiga e agenciadora das obras de Flávio Tavares na Alemanha. Neste país, sua primeira exposição individual ocorreu em 1981, em Berlim, na galeria Laden, com apresentação da Sra. Karoline Müller, mostra a partir da qual viria conseguir não só um substancial mercado de arte, mas ver surgir, pouco a pouco, um expressivo número de colecionadores das suas obras, sendo o Sr. Stahl um dos primeiros a integrar essa lista.

Poucos anos mais tarde, Tavares expôs em Jerusalém (Israel) e, desde então, voltou a realizar mais quatro mostras na Alemanha, contando sempre com o apoio e assessoria do casal Vogt, a quem Flávio atribui fundamental importância para a difusão de suas obras em terras germânicas. Laureado diversas vezes, o pintor participou de incontáveis e importantes mostras em grandes cidades do Brasil e do mundo, incursionando amplamente pelo universo das artes, tendo se expressado com sucesso nas mais diversas técnicas (pintura, desenho, aquarela, escultura em pedra e em madeira, gravura em metal, xilo e litogravura) e, não bastasse tudo isso, pintou cenários para peças teatrais, além de ter ministrado vários cursos, workshops, palestras para um sem número de estudantes de arte e, ainda, produzindo mais de dez painéis e murais na Paraíba, e em outros estados do Nordeste brasileiro.

Artista sintonizado com seu tempo, Flávio Tavares iria produzir uma série de desenhos criticando a ditadura militar nos “Anos de chumbo” no Brasil (1964-1984), e ainda hoje produz charges que aludem aos problemas políticos e sociais da Paraíba, do Brasil e do mundo, sem perder a verve e sempre com um traço irrepreensível. É bem verdade que nos desenhos preto no branco essas mensagens ficam mais evidentes, mas em suas pinturas, por vezes, detectamos numa mesma tela dois planos aparentemente dissociados, e cuja simbiose resultará num discurso pictórico cheio de crítica social, política ou ainda de denúncias que o sistema muitas vezes se recusa a tomar conhecimento, por mera comodidade.

Apresentando uma de suas exposições, Flávio escreveu um texto intitulado “O Universo chamado família”, no qual faz uma breve definição de si mesmo ao afirmar: “Já fui chamado de surrealista e classificado como um figurativista que segue a tradição dos anatomistas pré ou pós-renascentistas, até pintor primitivo, numa primeira fase. Mas prefiro achar que busco e executo os meus próprios ideais estéticos, embora admita que tenha muito dos anatomistas, dos surrealistas, dos primitivos e dos impressionistas”.

Exposições:

1986 – No Centro de Arte do Neguev, Israel.

1987 – Galeria Bonino, Rio de Janeiro – RJ.

1988 – Escritório de Arte de Suzete Forte, João Pessoa – PB /  Banco do Equador e Consulado Brasileiro no Equador, em Quito.

1990 – Landengalerie, Berlim – Alemanha / Galeria Boi Só, João Pessoa – PB.

1992 – Em dia – Eudes Rocha Filho / Hamburgo, Alemanha (5 de novembro) ” A linguagem das cores da luz” / Hanburgo, Leute, Martina Janke – Hansen – Morgen Post, prof. José M. Navarros de ADRIAENSENS / Galeria Vierjahreszeiten, Hamburgo – Alemanha / Cafes des Promeneurs, Grenoble – França.

1994 – KULTUR IN POSTDAM – “Der Realism Verbindet Sie” – Wally Itiniak.

1995 – Exposição na Galeria Gamela João Pessoa – PB.

1996 – Exposição na ECT Brasília – 3º FLAAC

1997 – UNFOLDING PAPER, Brasil – Indía (Nova Deli).

2000 – No Salão Municipal de Artes Plásticas (João Pessoa, PB)

2008 – O artista criou “O Reinado do Sol”, constituído por 5 telas e com uma dimensão de 9×3 m. Foi feito em três meses especialmente para compor a Estação Ciência, Cultura e Artes, onde está exposto permanentemente no hall de entrada do auditório. Essa obra foi baseada numa peça de teatro “Fragmentos de um sol quente” que contava um pouco da história de João Pessoa. Logo Flávio misturou vários elementos da história e da poesia paraibana com o seu talento.

2011- Mostra com parte de sua produção em mais de 45 anos de carreira na Usina Cultural Energisa.

2012- Salão de Artes Visuais do SESC (João Pessoa, PB).

Livros / Lançamentos / Outros:

Em 2005, lançou o livro Flávio Tavares – Obras escolhidas, e em 2006 lança Flavio Tavares – Desenhos e Pinturas.

No ano de 2011, junto com sua exposição que reuniu parte de sua produção em mais de 45 anos, lançou o livro Flávio Tavares, com 273 páginas, mais 400 imagens de seus desenhos e pinturas e uma edição bilíngue (português e inglês) de luxo. O livro faz uma retrospectiva que marca a sua trajetória de produção. São desenhos e pinturas de todas as fases do artista, clicados por Antonio David, resultado de uma pesquisa das suas obras de 1964 até 2011, feita por Eudes Rocha.

No livro constam bicos de pena, trabalhos em sanguine, acrílico, óleo sobre tela, nanquim, xilogravuras e outras técnicas utilizadas por Flávio. O painel exposto no saguão da Estação Cabo Branco aparece como o carro-chefe. Mas também se encontra relíquias, painéis antigos, quadros de colecionadores, telas do início da sua carreira, assim como os destacados painéis da “Santa Ceia Nordestina”, a sua versão da primeira missa celebrada no Brasil, o painel “Avôhai”, encomendado pelo cantor e compositor Zé Ramalho, e uma tela do acervo do advogado Roberto de Luna Freire, retratando a história da campanha de Princesa. Além disso, diversas outras obras que estão espalhadas pelo mundo

Em 2013, um painel com a imagem de Augusto dos Anjos no espelho, marcou sua presença na inauguração do Memorial do Poeta do “Eu” da Academia Paraibana de Letras onde ele assume a Cadeira 14, cujo patrono é Eliseu Elias César e o último ocupante foi o poeta Ronaldo José da Cunha Lima.

Flavio Tavares ocupa a cadeira de Nº 14 da Academia Paraibana de Letras. O artista declarou “Minha chegada à academia é uma vitória das artes plásticas. Eu agradeço muito aos confrades, que tiveram essa lucidez de dar vez a outra vertente da academia, a pintura, através das artes plásticas”.

Em março de 2015, Flávio Tavares participou de uma aula inaugural abordando a sua trajetória de produção dedicada à pintura, através do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) vinculados às Universidades Federais da Paraíba (UFPB) e de Pernambuco (UFPE).

Fontes:

http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Biografia_Artista.asp?idArtistaBiografia=2121

http://www.acervodearte.com.br/acervo/ver_biografia.php?biograf=Fl%E1vio%20Tavares

http://bugigangasliterarias.blogspot.com.br/2015/05/o-reinado-do-sol-flavio-tavares.html

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23122/flavio-tavares

http://www.ufpb.br/content/artista-pl%C3%A1stico-participa-de-aula-inaugural-na-ufpb

http://joseliocarneiro.blogspot.com.br/2011/11/flavio-tavares-retrospectiva-livro.html?view=snapshot

Uma resposta

  1. Sou formada em Artes Visuais, acabei de voltar de uma viagem à João Pessoa e estou impressionada com esse painel de tirar o fôlego do artista na estação ciência!
    Não sei se meu comentário aqui chega até o artista, mas eu realmente tenho que dizer que foi uma das coisas mais lindas que eu já vi! Bravo, bravo, bravíssimo!!!

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