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Data de publicação do verbete: 05/06/2019

Abelardo Jurema

O paraibano Abelardo de Araújo Jurema nasceu na cidade de Itabaiana, em 15 de fevereiro de 1914. Foi político, jornalista, advogado e escritor.
Data de publicação: junho 5, 2019

Naturalidade: Itabaiana-PB

Nascimento: 15 de fevereiro de 1914 / Falecimento: 9 de fevereiro 1999

Atividades  exercícios-profissionais: Político, jornalista, advogado e escritor

Formação acadêmica: Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife

 

O paraibano Abelardo de Araújo Jurema nasceu na cidade de Itabaiana, em 15 de fevereiro de 1914. Seus pais foram Geminiano Jurema Filho e Amália de Araújo Jurema.  Ainda criança mudou-se para Recife (PE) junto com a sua família. No ano de 1938, ele se tornou advogado após obter graduação na Faculdade de Direito do Recife, em Pernambuco. Casou-se com Maria Evanise Pessoa Jurema, mais conhecida como Dona Vaninha. Ela era sobrinha-neta de Epitácio Pessoa, presidente do Brasil (1919-1922) e sobrinha de João Pessoa, presidente do Estado da Paraíba (1928-1930). O casal teve oito filhos.

Aos 23 anos de idade, foi professor de literatura do Lyceu Paraibano e mais tarde expressou seu dom literário através da publicação de nove livros. Como jornalista, atuou em diversas empresas de comunicação. Em destaque, tem-se o Jornal do Comércio, Diário de Pernambuco, o Diário da Tarde. Entre os cargos importantes, ele assumiu na Paraíba a função de redator do jornal A União e de diretor da rádio Tabajara.

Apesar de atuar como jornalista, foi como político que a sua carreira alcançou prestígio. Entre os seus primeiros cargos públicos de grande importância tem-se a sua nomeação para prefeito de Itabaiana (1937-1938) e de João Pessoa (1946-1947).

Em outubro de 1950, ele foi eleito suplente do senador Rui Carneiro, e mais tarde, ele teve duas oportunidades de ocupar o cargo. A primeira, de 1953 a 1954 e a segunda, no ano de 1957.

Ainda em 1950, mudou-se para a capital brasileira, na época, Rio de Janeiro.  Adquiriu respeito nacional ao assumir o posto de senador e mais tarde, foi eleito duas vezes deputado federal pelo partido PSD, nas eleições de 1958 e 1962. A partir de 1959, por meio da demonstração dos seus trabalhos, ele assumiu liderança na Câmara Federal representando o governo de Juscelino Kubitschek e participando também no processo político da construção de Brasília.

No governo de Jânio Quadros (1961), Abelardo Jurema aderiu à oposição política até João Goulart assumir a presidência.

Em 1963, se licenciou do cargo de deputado e se tornou ministro da justiça na fase da presidência de João Goulart (1961-1964). No ministério, entre seus projetos de evidência, tem-se a criação do Comissariado de Defesa da Economia Popular (Codep) cuja função era fiscalizar o congelamento de aluguéis e preços dos alimentos.

Durante o momento de instabilidade na presidência, em razão da pressão militar, Abelardo Jurema desempenhou ação mediadora a favor da legalidade constitucional. Em dezembro de 1963, ele denunciou uma conspiração para a derrubada de João Goulart.

Com a tomada do poder pelos militares e através da imposição do Ato Institucional nº I, no mês de abril de 1964, Abelardo de Araújo Jurema foi preso no aeroporto Santos Dumont, localizado no Rio de Janeiro, quando se preparava junto com outros ministros para embarcar numa viagem a Brasília. Ele teve seu mandato de ministro e deputado cassado, além da suspensão dos seus direitos políticos e trabalhistas. Como consequência, sofreu quatro anos de exílio na cidade de Lima em Peru, onde precisou da ajuda de amigos para se sustentar até conseguir trabalho como comerciante. Sua família, amparada por sua esposa nessa fase, passou por dificuldades econômicas e contou com apoio de amigos e parentes. Com relação a esse momento, seu filho, Abelardo Jurema afirmou no seu livro Na Janela da cidade: “(…) passamos a ser órfãos de pai vivo, sem direito a pensão ou qualquer outro tipo de rendimento que assegurasse a manutenção da família”.

Seu retorno ao Brasil ocorreu em 1974. Mesmo após o seu regresso, Abelardo de Araújo Jurema continuou sofrendo restrições políticas até o decreto de 28 de agosto de 1979, do então presidente do Brasil João Batista Figueiredo, que concedeu anistia aos brasileiros penalizados por questões políticas.

Como representante político promoveu importantes conquistas para a Paraíba, como exemplo tem-se a federalização da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) atuando como autor desse projeto. Tornou-se membro do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico Paraibano)  e recebeu o título de Professor Honoris Causa da UFPB. Em 14 de janeiro de 1982, assumiu a cadeira 23 da Academia Paraibana de Letras.

Como autor, escreveu as obras Sexta-feira 13 – Os últimos dias do presidente Governo Goulart, Exílio, Entre os Andes e a Revolução, Juscelino & Jango – PTB & PSB e Presença da Paraíba no Brasil, 102 dias no Senado e 102 dias no exílio.

Faleceu em 9 fevereiro 1999, na cidade de João Pessoa, aos 85 anos de idade.

No ano de 2009 foi criado o projeto de lei do deputado federal Rômulo Gouveia para a criação na Paraíba da Rodovia Ministro Abelardo Jurema. Em 2014, o Tribunal de Justiça da Paraíba promoveu uma homenagem ao seu centenário.

Seu filho, Abelardo Jurema Filho sempre usa uma frase do jornalista Sebastião Nery para resumir o seu pai: “No poder, sem querer ser mais do que um homem. No exílio, sem tolerar ser um centímetro menos do que um homem”.

Essa frase foi colocada numa placa do túmulo de Abelardo Jurema localizado no cemitério de Itabaiana.

Fontes:

FILHO, Abelardo Jurema. Na Janela da Cidade. João Pessoa: editora Gráfica Santa Marta, 2014.

https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/abelardo_jurema

http://www.fgv.br/CPDOC/BUSCA/dicionarios/verbete-biografico/abelardo-de-araujo-jurema

https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/2832

https://www.camara.leg.br/deputados/130880/biografia

https://www.camara.leg.br/busca-portal?contextoBusca=BuscaGeral&pagina=1&order=relevancia&abaEspecifica=false&q=Abelardo%20de%20Ara%C3%BAjo%20Jurema

https://osguedes.com.br/jurema-recusou-se-a-ler-a-carta-renuncia-de-janio-a-presidencia/

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:0FBimqZ74KYJ:https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra%3Bjsessionid%3D62CA786CB5BDBAA751251DC002632811.node1%3Fcodteor%3D771982%26filename%3DAvulso%2B-PL%2B6604/2009+&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

https://tj-pb.jusbrasil.com.br/noticias/114846213/tribunal-vai-comemorar-o-centenario-de-nascimento-do-ministro-abelardo-jurema-no-dia-8-de-abril

Marcela Mayara

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